A verdade é que muita árvore foi derrubada à toa pelo jornal dos Mesquitas.
No Diário do Centro do Mundo
O Estadão está virtualmente morto.
Está cumprindo todas as excruciantes etapas da agonia dos jornais (e das revistas) na era da internet: demissões, demissões, demissões. Menos páginas, borderôs menores.
E futuro nenhum.
Pode ser que, em breve, o Estadão circule duas ou três vezes por semana, como está acontecendo com tantos jornais no mundo.
A Folha, em outras circunstâncias, vibraria. Na gestão Frias, um dos
dogmas na Barão de Limeira era que apenas um jornal sobreviveria em São
Paulo.
Semimorto o Estado, ficaria a Folha, portanto.
Mas os problemas da Folha são exatamente os do Estado. Pela extrema má
gestão dos Mesquitas, eles apenas estão levando mais cedo o Estadão ao
cemitério.
Isso quer dizer que não vai sobrar nenhum.
Lamento, evidentemente, cada emprego perdido por jornalistas que
tiveram o azar de estar na hora errada na redação errada sob a
administração errada derivada da família proprietária errada. (Os
demitidos, importante que eles se lembrem disso, terão a oportunidade
de respirar ares mais enriquecedores, sobretudo na mídia digital.)
Mas o jornal, em si, não deixará saudade.
Qual a contribuição do Estadão ao país?
O golpe de 1964, por exemplo. O Estadão, como o Globo, tem um currículo
impecável quando se trata de abraçar causas ruins e misturar genuínos
interesses privados com interesses públicos fajutos. No mundo perfeito,
segundo o Estadão, os brasileiros serviriam basicamente de mordomos
para os Mesquitas.
Ainda hoje, moribundo, gasta suas últimas reservas na defesa de um país
em que o Estado (governo) deve servir de babá para uma minoria que,
no poder, fez do Brasil um dos campeões mundiais em desigualdade.
Que colunista se salva? Quem oferece uma visão alternativa? Quem quer um país melhor, menos injusto?
Dora Kramer? Pausa para risada.
Os editorialistas mentalmente decrépitos que davam conselhos à Casa
Branca mas jamais conseguiram cuidar do próprio quintal? Nova pausa.
Articulistas como Jabor? Pausa mais longa, porque é gargalhada.
O Estadão pertence a um mundo em decomposição, e cujo passamento não deixa ninguém triste.
Combateu o mau combate. Perdeu, e se vai. Poderia ter ido antes. Muitas árvores teriam sido poupadas
Paulo NogueiraNo Diário do Centro do Mundo
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