Um ano atrás, o empresário brasileiro era retratado pela publicação como "Eike Xiaoping", símbolo do Brasil que não se envergonhava de enriquecer; agora que a fortuna encolheu, o caso de amor pode parar nos tribunais; indignado com reportagem deste fim de semana, Eike promete recorrer à justiça contra "mentira de Veja"; na revista, ele conta apenas com o apoio do colunista Lauro Jardim, que continua a soprar suas velas
Eike Batista e a revista Veja já viveram dias melhores. Um
ano atrás, ele estava na capa da revista, retratado como "Eike
Xiaoping", com direito até a editorial do diretor de Redação, Eurípedes
Alcântara. Eike era o símbolo do Brasil empreendedor, que não se
envergonhava da própria riqueza. Agora, o caso de amor pode parar nos
tribunais.
O motivo é uma reportagem deste fim de semana, assinada
pela jornalista Malu Gaspar. Nela, a publicação retrata a queda na
fortuna de Eike, de R$ 98,1 bilhões para R$ 15,8 bilhões e aponta riscos
para a sobrevivência do grupo EBX, altamente endividado e com ativos de
qualidade duvidosa. Segundo Veja, o maior credor seria o BNDES, com uma
exposição de R$ 10 bilhões, seguido pelo Itaú, com R$ 5,5 bilhões.
De acordo com o texto, o resgate de Eike passa diretamente
pelo governo federal, com a boia que está sendo lançada pela Petrobras,
comandada por Graça Foster, que estuda ser cliente do Porto do Açu, no
Rio de Janeiro. Veja conclui o texto dizendo que "Eike sairá desta muito
menor do que já foi".
E foi isso que fez com o bilionário demonstrasse sua
indignação pelo Twitter. Num dos tweets, ele afirma: "Mentira da Veja de
hoje! Exposição de risco de 10Bi de Reais com o BNDES. Número real = 109
milhões de Reais de exposição com o grupo EBX!". Ele afirma ainda ter
mandado os números para a publicação e diz que exigirá retratação no
mesmo espaço e tamanho. Eike contesta ainda informação publicada na
semana anterior, dando conta que seu porto no Rio corria o risco de
afundar, por ter sido mal construído. (Detalhe: o porto construído no
Amapá afundou).
Em Veja, Eike ao menos pode contar com a solidariedade de
seu fiel escudeiro Lauro Jardim. O titular da coluna Radar informa que
Eike está prestes a vender participação de um bloco de petróleo para a
empresa da Malásia Petronas, em mais uma tentativa de soprar as velas de
um barco à deriva.
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