Tudo bem? Dilma
mantém a tranquilidade
diante de Eduardo.
Rebelo observa de
perto. Aécio, de
longe.
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“Se assim for, o senador e o governador
disputam o espaço onde só cabe um
Dilma Rousseff, candidata à
reeleição, segue à frente das duas opções presidenciáveis, prováveis, da
oposição: o tucano Aécio Neves e Eduardo Campos, presidente do PSB.
À
margem da candidatura petista, no entanto, já existem marcas da competição
travada entre o senador do PSDB e o governador pernambucano. Eles disputam o
espaço onde só cabe um. Isso é fator de formação de atrito e, certamente,
gerador de canibalismo. Fato inevitável quando dois candidatos buscam o mesmo
eleitor.
Aécio Neves ainda tem mais chances. Representa Minas
Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do País, com mais de 15 milhões de
votos. Além disso, já é conhecido por quase 50% do eleitorado brasileiro.
Eleito presidente nacional do PSDB, Aécio tentará se
aproximar das classes mais pobres da população. É o que explica, por exemplo, a
presença dele no programa de televisão do partido, na terça-feira, 21, sem
gravata e, às vezes, sem o paletó. Terá também encontro com os espectadores do
Programa do Ratinho, apreciado pelas camadas C e D da pirâmide social, onde os
tucanos têm poucos votos. Eleitoralmente, os mineiros têm dificuldade em
conquistar os paulistas. Na eleição de 1954, Juscelino Kubitschek obteve 250
mil votos em números redondos. O principal adversário dele, Juarez Távora,
passou dos 600 mil e Adhemar de Barros chegou a quase 900 mil. JK só superou
Plínio Salgado, que alcançou 160 mil votos. Já então, não se mistura ao café
(paulista) o leite (mineiro), comum na Velha República.
Eduardo Campos também terá dificuldades para arrancar
porcentual expressivo dos mais de 30 milhões de eleitores registrados em São Paulo. Um grande
número deles de nordestinos como, por exemplo, o pernambucano Lula.
Se Campos confirmar a candidatura,
dará um primeiro passo para quebrar uma tradição avoenga. O pernambucano Miguel
Arraes, de prestígio político nacional, nunca conseguiu cruzar as fronteiras do
estado. Uma das razões: tinha marcada posição de esquerda na década mais quente
da “guerra fria”.
Talvez
por isso, embora tripulando uma sigla (PSB), registrada como socialista, faz
uma inflexão para o centro. Ele tenta, assim, abrir passagem entre eleitores
mais conservadores. Mas borra a imagem do partido. Nesse item, empata em
dificuldades com Aécio Neves, que, ao contrário do que se espalha, não uniu os
tucanos. Uniu? Pergunte ao Serra.
“A candidatura de Eduardo Campos é irreversível”,
afirma o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral. Mas é preciso esperar a
oficialização.
Campos
pode construir a candidatura dele e desconstruir o partido que preside.
Há figuras influentes no PSB contrárias ao rompimento
com a candidatura Dilma. Pelo menos quatro dos seis governadores do PSB reagem
a isso. Cid Gomes (CE), Casagrande (ES), Capiberibe (AP) e Ricardo Coutinho
(PB).’
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