A Folha se considera só um papel pendurado na banca

Um jornal carioca, nas eleições de 1982, serviu-se de um episódio onde o então candidato de Chagas Freitas à sua sucessão no Governo do Estado, Miro Teixeira, fora vaiado num ato de 1° de Maio, para publicar a manchete, em tipos garrafais:

Miro é vaiado

Exatamente isso, podem perguntar ao próprio Miro, que há de se lembrar com a raiva transformada hoje numa risada.

Não preciso dizer ao esperto leitor e à esperta leitora como isso era lido no primeiro impacto de leitura da folha de papel dependurada na banca.

Ao menos, embora muito grosseiro e falso, havia um certo espírito do chiste do jornal popular, da era dos famosos “Cachorro (quente) fez mal à moça” ou o “Violada no auditório” com que se mancheteou a revolta de Sérgio Ricardo num festival de música.

O que a Folha fez, hoje, é só e apenas sordidez.

Prefeito sabia de tudo , sua manchete, foi escolhida propositalmente para que a grande massa que “lê” a Folha, aquela “gente diferenciada” que não a compra, receba a sugestão de que é o Prefeito Fernando Haddad quem sabia de tudo e não o ex-prefeito Gilberto Kassab.

Tanto é assim que o Estadão, tão reacionário mas com melhor qualidade profissional, publica a mesma manchete, com o nome de Kassab, o ex-prefeito que é acusado de saber de tudo.

O jornal reduziu-se a ideia de que é um cartazete exposto para curiosos, sem nenhum compromisso com a clareza da informação.

E totalmente comprometido com o efeito da desinformação.

Perto do que é capaz a editoria da Folha, aquele ao qual chamam de rotweiller é só uma miniatura pinscher.

PS. Agradeço à coleguinha Cynara Menezes, que me chamou a atenção para a manchete.

Fernando Brito
No Tijolaço