Em sua coluna deste domingo, o jornalista Janio de Freitas demonstra
que Joaquim Barbosa causou mais um dano de grandes repercussões ao
Judiciário, ao determinar que José Dirceu, condenado ao semiaberto,
cumpra sua pena em regime fechado; na prática, Janio diz que o
presidente do Supremo Tribunal Federal, mais uma vez, agiu fora da lei;
"Joaquim Barbosa considera que aquela lei determina regime fechado,
durante um sexto da pena, mesmo para os condenados ao semiaberto. Parece
claro que, se assim quisesse, a lei o diria, entre tantos dos seus
pormenores", diz ele; "Sentenças ao regime semiaberto e ao fechado têm
pesos diferentes, logo, seus cumprimentos não podem ser idênticos. O
Direito não é tão errado", afirma; para ser coerente, Barbosa deveria
agora determinar que todos os condenados ao semiaberto no País – mais de
100 mil – sejam novamente encarcerados.
247 - "O Direito não pode ser tão
errado" resume o jornalista Janio de Freitas, colunista da Folha de S.
Paulo, em seu artigo deste fim de semana sobre a mais recente
medida tomada por Joaquim Barbosa, que coloca José Dirceu em regime fechado,
embora este tenha sido condenado, pelo plenário do Supremo Tribunal Federal, ao
semiaberto. Ou seja, Janio argumenta que, na prática, o chefe do Poder
Judiciário no Brasil não respeita as leis.
Entretanto, como não se pode desrespeitá-las apenas para um
réu, alvo de sua perseguição numa "louca cavalgada", como argumenta o
jornalista Paulo Nogueira (leia aqui), Barbosa deveria rever a situação de todos os
detentos condenados ao semiaberto no Brasil. O que seria uma tragédia, como
argumentou, em entrevista ao 247, o presidente da Comissão Nacional de
Acompanhamento Carcerário da Ordem dos Advogados do Brasil, Adílson Rocha.
Segundo ele, mais de 100 mil presos poderiam, em tese, ser afetados pela nova
interpretação legal de Joaquim Barbosa (leia aqui).
Joaquim Barbosa é, portanto, um pesadelo que se abateu sobre
o Poder Judiciário no Brasil. E que não é contido porque conta com o silêncio
cúmplice de seus pares na suprema corte e a pusilanimidade do Senado, que teria
poder para discutir e rever seus abusos. Enquanto continuar reinando com poder
quase absoluto, de quem relata, julga, condena e executa penas a seu
bel-prazer, o Brasil seguirá refém de um personagem capaz de subverter o
direito e tomar decisões "estapafúrdias" e que "ferem direitos
humanos", como apontou Wadih Damous, presidente da Comissão de Direitos Humanos
da OAB (leia aqui).
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