Dados comparativos questionam discurso de candidata no terreno ambiental
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Paulo Moreira Leite
Também do Blog CONTEXTO LIVRE.
Confesso que não gostei quando Marina Silva insinuou que o Brasil não
precisa de “gerentes” mas “estrategistas.” É óbvio que ela queria se
colocar na posição de “estrategista”, supostamente mais elevada e
relevante, colocando Dilma Rousseff na condição de “gerente.”
Achei esnobismo. Falta de humildade. O motivo você pode ver na
comparação que mostra os números consolidados do desmatamento no Brasil.
Olha o desempenho da “estrategista.”
Olhando ano a ano, você vai perceber o tempo de Fernando Henrique
Cardoso (1995-2002), o tempo que Marina passou no Ministério do Meio
Ambiente (2003-2007), o período de seu substituto Carlos Minc
(2009-2010) e os anos de Izabela Teixeira, já no governo Dilma
(1011-2013).
Os dados consolidados são estes.
A estrategista do meio ambiente Marina administrou, em média, 18 000
quilômetros quadrados de desmatamento. Com Carlos Minc, a média caiu
para menos da metade: 7000. Com Izabela, encontra-se em 5560, menos de
um terço do desempenho de Marina.
Sabe aquela conversa de que o adversário não “está preparado” para governar o país? Pensa “pequeno?” Olha “baixo”? Pois é.
Marina tenta alvejar Dilma com o mesmo preconceito que já foi jogado
contra Lula — e também era usado contra ela, no tempo em que não recebia
R$ 50 000 mensais por palestras, não era amiga de Neca Setúbal nem
fazia “nova política” a bordo de jatinho sem dono conhecido nem
prestação de contas.
Vamos combinar: você pode lembrar que Marina Silva criou inúmeros
obstáculos à construção das usinas de Santo Antonio, Jirau e Belo Monte —
e hoje adora dizer que precisamos de mais energia. Chegou a alegar —
erradamente — que as obras poderiam ameaçar uma espécie de bagre do rio
Madeira. Também pode lembrar que ela combateu a soja transgênica.
É claro que, para criar a fantasia da “nova política”, Marina precisa
passar uma borracha no passado e tenta inventar uma novíssima candidata —
que é a favor de energia elétrica e disse no Jornal Nacional que
“nunca” foi contra transgênicos.
A menos que em sua fase “novíssima” ela decida revelar que “nunca” foi
contra desmatamentos, este é um bom termômetro de avaliação, vamos
combinar. Mesmo em seu terreno ela demonstrou mais blá-blá-blá do que
competência.
Que falta faz um gerente, não?
Também do Blog CONTEXTO LIVRE.
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