O risco do avanço
Por Jânio de Freitas, jornalista, na Folha de S. Paulo de 11/04/2013
O risco é grande e, pior ainda,
crescente. O que pode suceder quando um alvejado por agressões orais do
presidente do Supremo Tribunal Federal usar o direito de reagir à
altura, como é provável que acabe acontecendo? Em qualquer caso, estará
criado um embaraço extremo. Não se está distante nem da possibilidade de
uma crise com ingredientes institucionais, caso o ministro Joaquim
Barbosa progrida nas investidas desmoralizantes que atingem o Congresso e
os magistrados.
O fundo de moralismo ao gosto da classe
média assegura às exorbitâncias conceituais e verbais do ministro a
tolerância, nos meios de comunicação, do tipo “ele diz a coisa certa do
modo errado” –o que é um modo moralmente errado de tratar a coisa
errada. Não é novidade como método, nem como lugar onde é aplicado.
Nem por isso o sentido dos atos é
mudado. “Só se dirija a mim se eu pedir!” é uma frase possível nas
delegacias de polícia. Dita a um representante eleito da magistratura,
no Supremo Tribunal Federal, por seu presidente, é, no mínimo, uma
manifestação despótica, sugestiva de sentimento ou pretensão idem. Se,
tal como suas similares anteriores, levou apenas a mais uma nota insossa
dos alvejados, não faz esperar que seja assim em reedições futuras
desses incidentes.
Afinal, quem quer viver em democracia
tem o dever de repelir toda manifestação de autoritarismo,
arbitrariedade e prepotência. É o único dever que o Estado de Direito
cobra e dele não abre mão.
Do Blog Quem tem medo da democracia?
2 comentários:
O problema do Brasil é cronico, a Justiça não faz jus ao nome, nossa Democracia esta fraca, olhem o video e notem a alegação da justiça sobre o estupro de uma menina de 12 anos por um rico.
Perdão o link do comentario acima http://vimeo.com/62223186#
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