Doutorado em biologia de Eurípedes Alcântara |
Em 1984, o jovem repórter Eurípedes Alcântara caiu numa pegadinha de
primeiro de abril e acreditou numa reportagem de uma revista científica
sobre o cruzamento genético entre o boi e o tomate; o caso "boimate",
levado às páginas de Veja, se consagrou como a maior "barriga"
jornalística de todos os tempos, mas não impediu que Eurípedes se
tornasse diretor de redação da revista da Abril; nesta semana, Veja diz
que a presidente Dilma "pisou no tomate" e que o alimento virou piada
nacional; tabelinha entre Abril e Globo é mais um momento baixo do
jornalismo brasileiro, em sua campanha para disseminar terrorismo, pedir
juros altos e combater o PT.
Brasil 247
- Eurípedes Alcântara, diretor de redação da revista Veja, tem uma
marca indelével no seu currículo. Em 1984, quando era apenas um jovem
repórter que iniciava sua carreira na revista Veja, leu uma reportagem
numa publicação científica sobre o cruzamento genético entre o boi e o
tomate e produziu uma das pérolas da história do jornalismo no Brasil,
sem se dar conta de que se tratava de uma piada de primeiro de abril. O
caso Boimate, obra de Eurípedes, entrou para a história como a maior
"barriga" da imprensa brasileira em todos os tempos (para saber mais,
leia aqui).
Neste fim de semana, no entanto, Eurípedes decidiu produziu seu segundo
caso Boimate. Numa tabelinha com a revista Época, da Editora Globo, Veja
produziu uma capa idêntica, dizendo que a presidente Dilma "pisou no
tomate". Na Carta ao Leitor, Eurípedes "Boimate" Alcântara afirma que a
presidente Dilma "pode afundar o Brasil". E o texto sobre inflação é uma
das peças jornalísticas mais vis, distorcidas e mal intencionadas já
produzidas pela imprensa brasileira.
Sob o título "Sim, eu posso..." e a imagem de uma Dilma com um tomate
tatuado no braço, Veja informa que o alimento se transformou no símbolo
da apreensão dos brasileiros com a volta da inflação. Mas nem torcendo e
espancando as estatísticas, Veja consegue deixar sua tese de pé. Num
gráfico interno, com a evolução dos preços do tomate, percebe-se que o
preço do quilo foi de R$ 4,37 a R$ 7,81 entre 15 e 28 de março, mas já
caiu para R$ 4,43 em 11 de abril. Ou seja: o estouro da meta
inflacionária em 0,09 ponto, que ocorreu em razão de uma entressafra,
será revertido em abril.
Para ancorar sua peça de propaganda política, Veja cita as piadinhas que
surgiram "com toda a naturalidade do mundo", como o famoso colar de
tomates de Ana Maria Braga. E fala até que os fiscais da Alfândega
brasileira em Foz do Iguaçu estavam tendo que lidar com um novo tipo de
crime na fronteira com o Paraguai: o contrabando de tomates.
Outro gráfico usado por Veja cita a inflação acumulada em doze meses, de
6,59%, e outros preços que subiram mais do que isso, como a mensalidade
escolar (9%), o pet sho (12%), o óleo diesel (14%) e o tomate (122%) –
repita-se, um alimento com preços já em queda livre. Ora, é elementar
que, se a média ficou em 6,59%, há outros itens que subiram bem menos,
ou até caíram, como, por exemplo, as tarifas de energia elétrica.
Na reportagem, Veja mal disfarça seu lobby pelos juros altos. "Com a
inflação não tem conversa. Ela só entende uma coisa: aumento dos juros,
corte de gastos do governo e aperto no crédito – todas medidas
impopulares". No seu Boimate 2.0, Veja aproveita também a oportunidade
para fazer um elogio rasgado em relação a Margaret Thatcher, que "
cortou os gastos e elevou os juros". Prestes a ser enterrada, Margaret
Thactcher ainda hoje é um das figuras públicas mais odiadas da
Inglaterra e a polícia britânica discute como conter protestos em seu
funeral.
Sobre Veja, Eurípedes e seu segundo caso Boimate, nada a fazer a não ser
atirar tomates na publicação. Que, aliás, já estão bem mais baratos.
Um comentário:
Depois do Merval, da candidatura do FHC, vamos de Eurípedes para a ABL... Esse cara é gênio!!!
"BOIMATE" rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrssrsrsrsrrsrsrrs
Postar um comentário