O QUE DÁ PRA RIR, DÁ PRA CHORAR
Essa matéria do JB é para ser lida com
muita atenção. Ela evidencia como faz falta ao Brasil um JORNAL DO
BRASIL de peso, com circulação de exemplares impressos, formador de
opinião e defensor de sua pluralidade.
Mercado reage diferente com empregos nos EUA e no Brasil
Em abril foram criados 196 mil empregos no Brasil contra 165 mil nos Estados Unidos
Jornal do BrasilMauricio Athayde
A reação do “mercado” surpreende pela capacidade de conduzir as
informações de acordo com seus interesses, interpretando indicadores
econômicos a seu bel-prazer e conveniência. A prova disso são os números
de criação de emprego nos Estados Unidos no mês de abril, que ficou em
165 mil novos postos de trabalho, baixando um pouco a taxa de desemprego
para 7,5%. A informação foi motivo de comemoração, com bolsas subindo,
declarações animadas de investidores, economistas e lobistas. No Brasil,
no mesmo período, foram criados cerca de 196 mil novos postos de
trabalho, aproximadamente 16% a mais do que nos Estados Unidos, e,
surpreendentemente, o mercado reclama. Nossa taxa de desemprego está em
absurdos 5,7%.
Em abril, o nível de emprego nos Estados Unidos subiu mais que o
esperado por economistas, investidores e lobistas que aguardavam a
criação de 145 mil postos. No Brasil, os 196 mil novos postos,
infelizmente, ficaram 8% abaixo do resultado registrado no mesmo período
do ano passado, que foi de 216.974, de acordo com o Cadastro de
Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.
A pujança do mercado de trabalho nos Estados Unidos em abril
demonstrou que a economia americana dá fortes sinais de resiliência,
segundo analistas, economistas e lobistas daquele país. O comportamento
do nível de emprego na América, considerado excelente pelo mercado, é um
sinal bastante positivo da melhora dos fundamentos da economia dos EUA.
No Brasil, infelizmente, o mercado observa que a criação de 423.278
novos postos de trabalho nos primeiros quatro meses deste ano
representou uma queda em relação ao ano passado, que foi de 598.215
novas vagas. É bom lembrar ao mercado que nesse caso, se o ritmo de
crescimento do emprego de 2012 continuasse, seria necessário importar
trabalhador.
Outro dado lamentável em relação ao emprego no Brasil foi que o poder
de compra dos brasileiros cresceu mais de 70% nos últimos dez anos e,
nesse mesmo período, foram criados 19,5 milhões de empregos, o que
contribuiu para reduzir a desigualdade secular no Brasil. A informação
foi dada pela presidente Dilma Rousseff.
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