Serra aniquila pregação da unidade do tucanato
Josias de Souza
Tanto nas pesquisas estimuladas como na espontânea (na qual nenhum nome é sugerido ao entrevistado), os dois nomes do Partido dos Trabalhadores levam grande vantagem sobre a oposição. Nas estimuladas, Dilma consegue entre 53% e 57% dos votos, enquanto que Lula, no único cenário em que aparece, atinge os 56%. Em todos os casos, a oposicionista mais bem colocada é Marina Silva (13-18%). Joaquim Barbosa, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) flutuam entre últimos lugares entre (4-14%). Na espontânea, o PT lidera (Dilma com 26% e Lula com 12%), enquanto que a oposição obtém números modestos: Aécio, 3%; José Serra (PSDB), 2%; Marina, 1%; PT (voto na legenda), 1%; e Geraldo Alckmin (PSDB), 1%. A margem de erro é de 2 pontos percentuais (pp), para mais ou para menos.
Datafolha: Dilma e Lula lideram intenção de voto presidencial
Com a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT lidera com folga as intenções de voto presidencial, segundo aponta pesquisa do Datafolha. O levantamento, feito na última quinta-feira (13) junto a 2.588 pessoas em 160 cidades, está publicado na edição deste domingo do jornal Folha de S. Paulo.Tanto nas pesquisas estimuladas como na espontânea (na qual nenhum nome é sugerido ao entrevistado), os dois nomes do Partido dos Trabalhadores levam grande vantagem sobre a oposição. Nas estimuladas, Dilma consegue entre 53% e 57% dos votos, enquanto que Lula, no único cenário em que aparece, atinge os 56%. Em todos os casos, a oposicionista mais bem colocada é Marina Silva (13-18%). Joaquim Barbosa, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) flutuam entre últimos lugares entre (4-14%). Na espontânea, o PT lidera (Dilma com 26% e Lula com 12%), enquanto que a oposição obtém números modestos: Aécio, 3%; José Serra (PSDB), 2%; Marina, 1%; PT (voto na legenda), 1%; e Geraldo Alckmin (PSDB), 1%. A margem de erro é de 2 pontos percentuais (pp), para mais ou para menos.
Após colecionar três derrotas federais, o PSDB já está cansado de saber quais são os seus dilemas. O principal dilema do tucanato, aquele que condiciona todos os outros é: ou a unidade ou a certeza da derrota. Pois o balé de José Serra na convenção que empurrou Aécio Neves para a ante-sala da candidatura presidencial deixou claro que a unidade do PSDB, tal como o partido a trombeteia, não existe.
Muitos falaram de improviso. Serra leu um discurso estudado. Pintou o poder petista como uma ameaça à democracia. E defendeu a união. Do PSDB? Não, das “forças políticas de resistência democrática.” Acha imprescindível “buscar a convergência.” No partido? “Não apenas no PSDB, mas com todos que estiverem dispostos a marchar com a decência e a justiça.”
Quanto a 2014, Serra declarou que vai “continuar a atuar em favor da unidade”. Do tucanato? Não, não, “das oposições e de quantos entendam que é chegada a hora de dar um basta a essa incompetência incrível, porque eles são orgulhosamente incompetentes.” Quer dizer: numa hora em que o PSDB tenta concentrar-se em Aécio, Serra informa que, na sua moldura, cabem muitos outros rostos –o de Eduardo Campos e o dele próprio, por exemplo.
Num rasgo de generosidade, Serra dirigiu a Aécio um singelo “boa sorte” no exercício da presidência. Da República? Não, não. Referia-se à presidência do partido. Num evento em que Aécio era a estrela, Serra não pronunciou nenhuma palavra que pudesse soar como um elogio ao novo presidente da legenda. Preferiu enaltecer a experiência dos demais membros da Executiva –quatro dos quais ligados a ele.
“A esta presidência, a esta Executiva, a ela nós atribuímos a responsabilidade pela construção das nossas forças de oposição”, acrescentou Serra, como que lavando as mãos. “A ela atribuímos a responsabilidade de conduzir nosso partido, e as oposições no Brasil, à vitória que o povo brasileiro merece no ano que vem.”
O PSDB fretara um avião para trazer a Brasília sua caciquia de São Paulo. Convidado a embarcar no voo na companhia do amigo FHC e de Geraldo Alckmin, Serra refugou a oferta. Antes de rumar para a convenção, Aécio reuniu em seu apartamento os tucanos que chegariam junto com ele ao evento. Chamado, Serra preferiu se abster.
Aécio chegou à convenção junto com FHC, Alckmin e o senador Aloysio Nunes Ferreira. Embora já estivesse na cidade, Serra não regulou seu relógio pelos ponteiros dos outros. Impôs aos demais uma espera de cerca de 30 minutos. Ao chegar, recebeu aplausos exclusivos.
“Eu vou lutar como sempre”, disse Serra a alturas tantas. “Com clareza, com lealdade, sem ambiguidades ou palavras de sentido impreciso. Porque esse é meu estilo. Não tenho porta-vozes. Não tenho intermediários. Não tenho intérpretes. Quem quiser saber o que penso tem só uma fonte confiável: eu mesmo. E conto com lealdade recíproca.”
Sem porta-vozes, fica difícil saber que culpas Serra atribui a Aécio por sua derrota na sucessão de 2010. Mas parece evidente que o ex-rival de Dilma Rousseff carrega nos fundões da alma íntimos e insondáveis pântanos.
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