Veja manda um recado: pode crucificar o decano
Foi
exatamente para isso que o presidente do Supremo Tribunal Federal,
Joaquim Barbosa, conduziu uma chicana nas últimas sessões da corte,
contando com a ajuda dos ministros Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello;
os três queriam que houvesse uma capa de Veja no caminho do ministro
Celso de Mello antes da decisão sobre os embargos; na última
quinta-feira, ele pretendia votar, mas foi impedido pelo trio, na
esperança de que o decano sucumbisse à pressão midiática; isso comprova
que o jogo da mídia na Ação Penal 470, com a colaboração de alguns
ministros do STF, é absolutamente imoral.
Brasil 247 - Pergunta
número 1: por que Joaquim Barbosa encerrou prematuramente a sessão do
Supremo Tribunal na última quarta-feira, às 18 horas, como se os
ministros fossem burocratas com horário fixo para fechar o expediente?
Pergunta número 2: por que Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello
estenderam ao máximo seus votos na quinta-feira, como se fossem dois
similares de Rolando Lero e não juízes de uma suprema corte? Pergunta
número 3: por que Joaquim Barbosa, simplesmente, impediu Celso de Mello
de votar na quinta, quando o decano disse que poderia fazê-lo em apenas
cinco minutos? (saiba mais aqui)
A resposta sobre as motivações da chicana jurídica – demonstrada com antecipação pelo 247 na própria quinta-feira (leia aqui)
– está nas bancas. O que se buscava era que, até a decisão final de
Celso de Mello, houvesse tempo para uma capa da revista Veja. "Eis o
homem", diz o título da revista da família Civita. "Ele condenou os réus
do mensalão, mas agora tem de decidir entre a tecnicalidade e a
impunidade. Não pode lavar as mãos como Pilatos, mas corre o risco de
ser crucificado".
Num
julgamento em que Veja e outros veículos de comunicação – Globo e Folha
à frente – colocaram a faca no pescoço de vários ministros do Supremo
Tribunal Federal para atingir não a justiça, mas sim seus objetivos
políticos (leia aqui a
análise de Hélio Doyle sobre esse fenômeno), há, agora, a tentativa de
golpe derradeiro. Não com uma simples lâmina afiada, mas com uma cruz e
alguns pregos.
Celso
de Mello está avisado. Se decidir conforme suas convicções, já
manifestadas de forma clara, no dia 2 de agosto do ano passado (assistaaqui), em defesa do direito de defesa dos réus, ele será crucificado.
O
que comprova a absoluta imoralidade da imprensa brasileira ao longo do
julgamento da Ação Penal 470. Ela, sim, merece ser condenada.
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