Oposição no baile contra a Petrobrás
Mais grave do que os atos de espionagem do governo americano contra o
Brasil é a reação da oposição diante a denúncia de que a NSA tentou
desvendar segredos da Petrobrás.
Os adversários do governo querem adiar o leilão do pré-sal com o argumento de que será um evento de cartas marcadas.
Nem sabem o que foi apurado pelo serviço secreto norte-americano e já
querem suspender a venda dos direitos de exploração de Libra, que contém
reservas imensas e deve atrair uma montanha de investimentos para o
país.
Quanta pressa, não?
Vamos combinar que, exagerando na indignação repentina, esse pessoal
está exagerando na boa vontade – ou já seria submissão? – diante de
potências estrangeiras.
A missa nem começou e eles querem se ajoelhar, ajudando a NSA a cumprir o
único objetivo estratégico dos EUA em relação a Petrobrás: prejudicar a
empresa em toda e qualquer oportunidade que se apresente.
Será que este antiamericanismo súbito tem algo a ver com a possibilidade
de se bloquear um evento que, conforme a maioria dos analistas, pode
dar um folego novo e importante ao conjunto da economia?
Quem sabe tenha impacto em 2014?
Alguma dúvida?
Não há informações precisas sobre os segredos quebrados pelos espiões.
Mas nós sabemos muito bem qual é a finalidade de sua ação. Por caminhos
sujos e obscuros, querem, mais uma vez, enfraquecer a maior empresa
brasileira.
Trata-se de um novo lance num movimento que nasceu na década de 1950, quando a Petrobrás foi criada.
Mais conhecido aliado dos Estados Unidos na época, o queridinho dos
conservadores Carlos Lacerda liderou a campanha que culminou no
emparedamento e suicídio de Vargas.
No Irã, na mesma época, um processo semelhante levou a derrubada de um governo eleito.
Em vários países árabes, a ação americana ajudou a levantar e proteger ditaduras dóceis a seus encantos.
O que se tenta, há 60 anos, é encontrar caminhos e atalhos que possam
diminuir a Petrobrás, reduzir suas receitas e inviabilizar seus
investimentos. Tentou-se a privatização no governo FHC. O projeto foi
abandonado pelo receio da reação popular.
Petróleo é economia. E é política, também. Não se perdoa o esforço de
uma empresa do Estado para articular uma política de energia autônoma,
capaz de garantir que as reservas brasileiras sejam patrimônio do país,
em vez de serem incorporadas as reservas estratégicas dos EUA.
É sintomático que a ação dos espiões se volte contra a empresa. Não se
poderia esperar outra coisa. Queriam que a NSA fosse espionar carrinhos
que vendem suco na praia?
Adversária editorial da Petrobrás, não é nem um pouco surpreendente que a
TV Globo procure dar um destaque devido e também indevido a ação dos
espiões na empresa. Seus repórteres conseguiram apurar que a NSA tentava
espionar a Petrobrás. Não foi possível chegar ao que descobriram. E só.
A empresa divulgou, ontem, nota onde nega que terra ocorrido qualquer
desvio em seus sistemas de segurança.
Vendo a reportagem do Fantástico, domingo, cheguei a me perguntar: será
que eles vão dizer que há indícios que iriam justificar o adiamento do
leilão?
Não, a Globo não fez isso.
Pode ser que surjam fatos novos, capazes de justificar suspeitas maiores.
Deverão ser examinados com cautela redobrada e muita prudência, em
função dos interesses políticos envolvidos. Está na cara que deixar a
Petrobrás fora do maior leilão de sua história e um dos maiores do mundo
será um golpe formidável no futuro da empresa, em seu equilíbrio
econômico e em sua perspectiva de mercado.
Não se pode descartar até falsos dossiês para justificar um ambiente de
incerteza e insegurança. Agentes do serviço secreto não precisam cumprir
preceitos morais nem respeitar a verdade. O universo é outro. Seu jogo é
duplo, triplo. A mentira faz parte essencial do negócio. Sempre
trabalharam assim – antes mesmo da invenção do computador.
Não há o menor indício de que os segredos do leilão tenham sido
quebrados. Mas a oposição pegou a senha e já está querendo entrar no
baile.
Dá para entender. Mas também dá para lamentar.
4 comentários:
Um petista e ex-presidente da Petrobras, não é privatista, nem da oposição e, é CONTRA O LEILÃO! "Gabrielli: leiloar Libra vai na contramão da lei da partilha" http://www.horadopovo.com.br/2013/07Jul/3172-26-07-2013/P3/pag3a.htm#.UiNH8xfg4aF.twitter
ESPIONAGEM: GRANDE NOVIDADE!
Os responsáveis são os próprios funcionários ‘patriotas’ que tem acesso aos dados – constantemente mudando de emprego – caso de engenheiro de alta posição que saiu da Petrobras e foi para empresa ‘X’. Não é proibido levar acervo próprio. Na verdade grandes empresas não gostariam de estar subjugadas à Petrobras, que pode mudar as regras no meio do caminho, fato que já aconteceu com a própria, na Bolívia e Argentina.
Presidenta não comparece ao 1º leilão do Pré-sal por receio de manifestações de sindicatos e nacionalistas para adiar o leilão. Aí, só comparecem estatais e chinesas, únicas que tem condições de esperar pelo petróleo futuro.
Petróleo e gás – que é bom mesmo – só daqui 8, 10 anos, se tudo correr bem. Resta o “bônus de 15 bilhões, para cobrir rombo do “superávit” primário”. Se é assim, melhor teria sido concessão ou “cessão onerosa”, que rendeu 42,5 bilhões no poço de Lula, pouco promissor.
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