"A avaliação de Marina Silva sobre o tripé macroeconômico é aquilo que o PSDB historicamente vem pregando. Vejo que há uma aproximação do discurso", afirmou nesta quarta-feira 16 o presidenciável tucano; Aécio Neves confirmou declarações da ex-senadora, segundo quem a presidente é "chantageada pelo Congresso"; para o senador, Dilma Rousseff "age absolutamente pressionada pela sua base"; presidente do PSDB atacou ainda recomendação da presidente para que candidatos "estudem o Brasil"; segundo ele, fala é resultado do fato de que ela foi "ungida à Presidência"
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) considera alinhado o discurso do PSDB
com o da ex-senadora Marina Silva, do PSB. Em coletiva de imprensa
concedida nesta quarta-feira 16, em Brasília, o presidenciável tucano
afirmou que o "tripé macroeconômico" defendido pela ex-ministra nesta
semana é um "discurso histórico" do PSDB.
"A avaliação de Marina Silva sobre o tripé macroeconômico é aquilo que o
PSDB historicamente vem pregando. A flexibilização dos pilares
macroeconômicos é uma das razões do baixo crescimento da economia hoje.
Vejo que há uma aproximação do discurso da Marina com aquilo que o PSDB
vem pregando. E no Congresso, da mesma forma", disse Aécio.
O tucano também concordou com a declaração de Marina dada em entrevista
ao Programa do Jô, da TV Globo, de que a presidente Dilma Rousseff é
"chantageada pelo Congresso". "Não sei se o termo é esse, mas ela hoje
age absolutamente pressionada pela sua base", afirmou Aécio. "Ela não
lidera, ela é conduzida pela sua base no Congresso Nacional", completou.
Leia abaixo as declarações do senador, também sobre outros temas, na coletiva de hoje:
Sobre declarações dadas pela ex-ministra Marina Silva.
A avaliação de Marina Silva sobre o tripé macroeconômico é aquilo que o
PSDB historicamente vem pregando. A flexibilização dos pilares
macroeconômicos é uma das razões do baixo crescimento da economia hoje.
Há um retrocesso na condução da política econômica, e o PSDB tem dito
isso de forma incessante ao longo de todos esses últimos anos, inclusive
alertando o país para isso.
Vejo que há uma aproximação do discurso da Marina com aquilo que o PSDB
vem pregando. E no Congresso, da mesma forma. Aquilo que se intitulou
chamar de governo de coalizão, nada mais é que um governo de cooptação,
onde os partidos políticos barganham e servem apenas a um projeto de
poder.
O PT abriu mão há muito tempo de um projeto de país para se contentar,
única e exclusivamente, com um projeto de poder. Isso está muito claro.
Tenho certeza que uma eventual candidatura do PSB nasce exatamente por
essa visão muito semelhante à nossa, de que esse ciclo de governo do PT,
em beneficio do Brasil, tem que ser encerrado. A presidente se
submeteu, sim, às piores práticas aqui no Congresso.
A presidente está sob chantagem?
Não sei se o termo é esse, mas ela hoje age absolutamente pressionada
pela sua base. Ela não lidera, ela é conduzida pela sua base no
Congresso Nacional. Por isso, há uma dissonância, uma distância muito
grande entre a pregação e a prática da presidente. O aparelhamento da
máquina pública hoje é vergonhoso. Não só pelo número acintoso de
ministérios. Isso é o símbolo de um governo aparelhado, desqualificado,
em praticamente todas as áreas. O resultado é esse, um baixo
crescimento, ineficiência gerencial enorme, que transformou o Brasil
nesse grande cemitério de obras inacabadas.
Sobre a presidente entregar casas sem água e sem luz.
É triste para um país como o Brasil. Não temos uma presidente com a
agenda de presidente. Temos uma presidente com agenda de candidata. O
que temos na verdade, no fundo, é uma candidata no lugar da presidente.
As suas movimentações são todas na busca de um segundo mandato.
A grande questão, a grande pergunta que tem de ser feita: para quê um
segundo mandato? Para eternizar os amigos no poder? E o Brasil? O Brasil
está ficando no final da fila. Acabo de chegar de um grande evento
internacional e as expectativas em relação ao Brasil são as piores. Não
há mais confiança em relação à gestão da política econômica brasileira.
Não há mais confiança em relação à capacidade do governo de criar
infraestrutura necessária para a retomada do crescimento. A agenda do
crescimento, da geração de empregos, da refundação dos pilares
macroeconômicos que nos trouxeram até aqui é uma prioridade para o PSDB.
Isso que eu vou conversar agora com a nossa bancada na Câmara dos
Deputados e estou muito confiante de que este ciclo de governo do PT, em
benefício do Brasil, vai se encerrar.
Sobre declaração da presidente Dilma que candidatos têm de estudar.
Acho que é uma declaração em razão da sua própria experiência. O fato de
ter sido ungida à Presidência da República sem ter tido qualquer outra
experiência mais importante na gestão pública trouxe este resultado. Mas
eu concordo. Todos nós temos de estudar, temos de nos preparar. A vida é
um aprendizado permanente. Triste são aqueles que, no meio da
caminhada, acham que já sabem tudo. Esses são um perigo. No meu caso, e
acho que em todos os outros, a busca do aprendizado é algo permanente.
Até o último dia da minha vida quero estar aprendendo alguma coisa.
Sobre a orientação ao PSDB na reunião de hoje
É uma conversa entre companheiros. O PSDB tem uma proposta para o
Brasil. Uma proposta clara, da retomada do crescimento, da geração de
empregos, da reinserção das empresas brasileiras nas cadeias globais de
produção, dos avanços nas políticas sociais. Essa é a cara do PSDB. E
estamos muito felizes, porque há um partido hoje absolutamente motivado,
mobilizado e um Brasil carente dessa agenda. O que percebo a cada
instante é que esse ciclo de governo do PT caminha para o seu
encerramento. Não temos mais, infelizmente para o Brasil, uma presidente
da República com uma agenda presidencial.
Temos uma candidata a presidente em campanha permanentemente. O
resultado para o Brasil, infelizmente, é muito ruim. Acabo de chegar de
um grande evento internacional e a percepção dos investidores, que são
essenciais para o Brasil retomar o crescimento ao qual me referi é a
pior possível. Não há mais confiança em relação a investimentos no
Brasil, não há segurança jurídica para se investir no Brasil. E as
próprias políticas sociais que foram o grande carro chefe do governo do
PT mostraram também esgotamento. O PNAD de poucas semanas atrás mostra
que o incrível aconteceu. O analfabetismo voltou a crescer no Brasil. E a
presidente da República teve que ir em Nova York fazer uma agenda para
pregar aquilo que haviam pregado 15 anos atrás, o respeito aos contratos
para buscar atração de investimentos.
Esse ciclo de governo do PT encerrou-se e é muito importante que o PSDB
se posicione com absoluta clareza para apresentar uma nova agenda. Essa
reunião é uma etapa importante para que possamos dar visibilidade e
clareza a essa nova agenda que, repito, passa pelo crescimento, pelo
avanço dos programas sociais e pela reinserção do Brasil no mundo.
No 247
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