Kennedy Alencar (SBT) O mercado financeiro tem uma
torcida grande contra a Senhora, a gente viu o banco Santanter, os
empresários... O crescimento é menor, os juros são altos e a inflação
está alta. Como a Sra avalia essa crítica?
Dilma -
Não sei de quem é essa crítica, eu não vi. Eu vou responder em geral.
Eu acho que economia é expectativa . Característica de vários segmentos é
especular. Sempre que especularam não se deram bem, aí a conjectura
passa e eles se dão mal. Na eleição 2002 quem especulou contra Lula se
deu mal.
Um país não deve aceitar uma interferência de qualquer instituição financeira de qualquer nível.
Sobre o Santander, eu acho inadmissível. Eu não sei o que farei, eu
não vou especular. Eu sou presidenta da república, eu tenho de ter uma
atitude mais prudente.
O pedido de desculpas do banco foi bastante protocolar.
Eu conheço bastante bem o CEO do banco, eu pretendo inclusive conversar pessoalmente com ele.
Eu acho que há no Brasil um jogo de pessimismo inadmissível. Vamos
discutir a Copa. No dia que começou a Copa, vocês botaram no Jornal “A
Copa está resolvida nos gramados e não está bem fora do campo”. Houve
gente que disse que seria a Copa do Caos, que o Brasil estava aquém, que
deveríamos ter vergonha, etc... até epidemia de Dengue falaram. Isso é
grave.
Ricardo Balthazar (Folha) Não é a melhor comparação, presidente, os números em relação a economia são ruins
Dilma -
O ano passado falaram a mesma coisa da economia, falaram que haveria
apagão. Há um pessimismo com a economia do mesmo jeito que havia contra a
Copa. A economia vive de expectativa.
Receitaram o racionamento pra mim, todos os meses do ano, com
consequência de queda de 2 pontos do PIB, e nada disso ocorreu, pelo
contrário. Podemos passar pelo pior período de Seca da história, sem
falar em racionamento, porque nós fizemos 24 mil MW de energia nova. O
setor elétrico é hidrotérmico por que eu não posso fazer reservatório
nos rios da Amazônia.
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