Acabou. Joaquim Barbosa não é mais presidente do Supremo Tribunal
Federal. Sua aposentadoria precoce foi publicada nesta quinta-feira, 31
de julho de 2014, no Diário Oficial da União.
É uma data histórica porque chega ao fim dos períodos mais vergonhosos
da história do Poder Judiciário no Brasil. À frente do STF, Barbosa
agrediu colegas, jornalistas, entidades de magistrados, expulsou um
advogado do plenário com a ajuda de seguranças e violentou, sobretudo,
direitos e garantias individuais assegurados pela Constituição Federal.
Como relator da Ação Penal 470, transformou-se em figura midiática, "o
menino pobre que mudou o Brasil" (em Veja), ou o "brasileiro que faz
diferença" (no Globo), para cumprir o papel que a ele foi designado,
alinhado com a agenda política dos meios de comunicação que garantiram
seu breve estrelato.
No poder, a despeito da fama de justiceiro, usufruiu de todas as
benesses do cargo, algumas permitidas, outras, nem tanto. Reformou o
banheiro de sua residência por R$ 90 mil, viajou a Paris e visitou uma
loja da Prada usando diárias que depois se viu forçado a devolver e
registrou um imóvel em Miami em nome de uma empresa offshore que tinha
como endereço seu apartamento funcional em Brasília.
Aposentado, Barbosa poderá se dedicar à vida de subcelebridade, seja nos
bares da vida, no Rio de Janeiro, ou em Miami. A carreira política, que
ele chegou a cogitar, a bem do Brasil, foi abortada. Caso tivesse se
lançado candidato, jogaria por terra a "credibilidade" do julgamento da
Ação Penal 470, a única causa a que se dedicou verdadeiramente na
suprema corte.
Com sua saída, comprova-se, mais uma vez, a força de um ditado popular. Não há mal que dure para sempre.
E com a chegada de Ricardo Lewandowski ao comando do Poder Judiciário o
Supremo Tribunal Federal poderá, enfim, restaurar a sua própria
dignidade.
No 247
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