Por Altamiro Borges
As previsões apocalípticas da Folha estão se confirmando... na própria
Folha. O jornal da famiglia Frias está morrendo. Nesta semana, a empresa
demitiu vários profissionais – ainda não há números oficiais, já que o
diário evita tratar com transparência sobre o facão. O Sindicato dos
Jornalistas de São Paulo estima em mais de 20 cortes. Entre eles,
colunistas famosos e bem remunerados – como Eliane Cantanhêde, a da
“massa cheirosa” tucana, e Fernando Rodrigues. Na mesma semana, outros
dois jornais confirmaram a gravíssima crise que atinge a mídia impressa
no país – o “Diário do Comércio” anunciou seu fim e a Rede Anhanguera de
Comunicação demitiu nos seus veículos em Campinas (SP).
A crueldade das empresas não poupa nem os jornalistas que chamam os
patrões de companheiros – como costuma ironizar Mino Carta. Eles só
ficam sabendo que foram guilhotinados na última hora. Eliane Cantanhêde,
que prestou tantos serviços à famiglia Frias e à direita nativa, soltou
um comunicado lacônico na noite desta quinta-feira (6): "Amigos do
Twitter, aviso geral: amanhã eu não escrevo mais a coluna na Folha. Foi
bom enquanto durou”. Já o jornalista Fernando Rodrigues, que disfarçava
melhor o seu antipetismo, avisou os internautas que “depois de 27 anos,
eu encerrei minha colaboração no jornal Folha de S.Paulo”.
Até agora, o Grupo Folha – outrora um poderoso império midiático – alega
que são apenas ajustes “pontuais”. Segundo Vinicius Mota, secretário de
redação do jornal, a empresa “realiza no final deste ano desligamentos
pontuais, além de um corte nas despesas de custeio, a fim de ajustar o
seu orçamento ao mau desempenho das receitas publicitárias, fruto da
estagnação prolongada da economia”. Ele evita reconhecer a grave crise
que atinge a mídia impressa, decorrente do crescimento da internet e da
perda de credibilidade dos jornalões. Diante da gravidade da situação, o
Sindicato dos Jornalistas manifestou que “se opõe a qualquer demissão
no setor” e criticou a postura truculenta da corporação midiática.
A entidade também se mobiliza para defender os jornalistas do “Diário do
Comércio”. Na semana passada, Moises Rabinovici, diretor de redação do
jornal desde 2003, lamentou o fim da sua edição impressa no Facebook:
“Neste momento em que conversamos, estou suspendendo todos os contratos
no Diário do Comércio. O jornal acabou... Ainda não sei o que senti ao
ouvir a inesperada sentença de morte”. O diário com 90 anos de
existência pertencia à Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que
sequer comunicou à equipe o seu fechamento. A entidade informou que o
jornal será convertido em "plataforma digital, incorporando as mudanças
tecnológicas que transformam e dinamizam a imprensa mundial”.
O “Diário do Comércio” já vinha definhando há muito tempo. No início de
2013, metade da equipe de redação foi demitida. Segundo relato de Moises
Rabinovici, “perdemos muitos talentos, cortamos cadernos semanais de
Cultura, Informática, Turismo e Esporte, reduzimos as páginas do jornal e
amargamos frustração, baixo astral e o dobro do trabalho”. Com a perda
de qualidade, o veículo também sofreu com a queda dos anunciantes – como
o Bradesco, “que apostava no jornal há 80 anos”, e o Grupo Votorantim.
"A redação encaixotava, limpava gavetas, sentíamos todos como se
estivéssemos sendo expulsos. O DC foi o último reduto para alguns
jornalistas”.
No caso da Rede Anhanguera de Comunicação (RAC), responsável pelos
jornais Diário do Povo e Correio Popular de Campinas, o facão ceifou 15
profissionais. As demissões foram anunciadas na segunda-feira (3), mas o
sindicato avalia que novos cortes poderão ocorrer em breve. Segundo
Agildo Nogueira Júnior, diretor da entidade, a empresa já havia
dispensado vários profissionais no final de 2013 e no início deste ano.
Ele alega enfrentar grave crise financeira, decorrente da queda de
anúncios. “Há possibilidade de haver mais desligamentos. Nós nos
reunimos com a direção do grupo para tentar negociar. Somos contra essa
medida”, afirma o dirigente sindical.
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Postado há 12 hours ago por Blog Justiceira de Esquerda
Ainda do Blog Justiceira de Esquerda.
Um comentário:
Presidenta Dilma, vamos sangrar o PIG até o fim dele! Afinal de contas, porco se mata é sangrando-o
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