Fernando Brito, Tijolaço
"Manda a boa regra que, nos períodos de transição de governo – e todo mundo espera que este seja, mesmo com a reeleição de Dilma, um “governo
Evita-se, assim, a maldição do dito popular de “entrar como leão e sair como cão”.
Mas se isso é verdade na administração, não é na política.
Que é, numa “mão-dupla” do que disse Clausewitz, também a continuação da guerra por
Há sempre dificuldades após um embate, mesmo o político.
De nenhum conflito a economia passa incólume, porque seus recursos são tanto usados como sabotados pelo próprio processo. Independentemente do desejo de um lado não praticar a política da “terra arrasada”, os derrotados, em alguma medida, o farão.
É preciso, portanto, dar sinais de que se quer e vai reorganizar a vida.
Até mesmo com concessões e boa-vontade com os vencidos, mas sem abrir mão do poder dirigente que saiu das urnas.
Mas para isso é preciso se comunicar com a população. E diretamente, porque é mais que ilusão, a esta altura já é tolice, esperar que suas mensagens cheguem pelo baronato da mídia derrotada, amenizando seu temor de que perderá parte de seus privilégios feudais sobre o povo brasileiro.
Se alguma lição se extrai deste processo eleitoral é que a lucidez da população, embora imensa e quase instintiva, pode ser erodida pelo bombardeio permanente dos canhões de mídia, que não silenciam nem amenizam o fogo dos inconformados.
À vitória se segue, naturalmente, a ocupação de território.
Não afoita, não brutal, não bélica.
Ao contrário, porque é o lado derrotado, em seus bolsões, quem não dá sinais de baixar as armas.
É preciso, se não desejamos, de novo, ficar como reféns da pauta dos derrotados, mostrar o que é a vitória.
Será desastroso se continuarmos a dizer apenas o que não se vai fazer, como defesa às acusações transtornadas de “bolivarianismo”, “ditadura”, censura ou perseguição à mídia.
Liderança política não se ganha com eleições.
Eleições é que se ganham com ela."
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