Do Blog do Miro - 15/11/2011
Por Altamiro BorgesNesta
terça-feira, 15 de novembro, Dia da Proclamação da República, estão
previstas manifestações em 36 cidades brasileiras na terceira edição da
chamada “marcha contra a corrupção” – o primeiro protestou ocorreu em 7
de setembro e o segundo em 12 de outubro. A exemplo dos anteriores, os
objetivos da marcha são genéricos e seus promotores são difusos,
diversificados.
Em alguns estados, como em São
Paulo, a “marcha” conta desde o início com o apoio da Juventude do
PSDB. No twitter, caciques demotucanos, mais sujos do que pau de
galinheiro, procuram direcionar os protestos contra o governo Dilma na
atual operação “derruba-ministro”. Na maioria dos locais, porém, a
marcha é agitada nas redes sociais por pessoas que se dizem
apartidárias.
R$ 1,5 milhão dos cofres públicosEntre
as entidades que assumem abertamente a convocação da marcha
encontra-se a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Na semana passada,
porém, apareceu uma denúncia que pode complicar o engajamento desta
entidade, que já teve no passado um papel de destaque nas lutas por
democracia e justiça social. De quebra, o escândalo pode abalar alguns
planos golpistas.
Ophir Cavalcante, presidente nacional da OAB,
foi acusado de receber R$ 20 mil reais mensais sem trabalhar do Estado
do Pará. A denúncia foi feita por dois advogados paraenses em meio a
uma crise que envolve a entidade e a sua seccional. Eles afirmam que,
em 13 anos de licença remunerada, Ophir abocanhou R$ 1,5 milhão dos
cofres públicos e exigem a devolução dos recursos.
Entidade vira alvo dos protestosO
presidente da OAB retrucou as acusações. Alegou que os vencimentos
recebidos por ele estão dentro da lei. Mas parece que alguns dos
organizadores da “marcha contra corrupção” não concordam com a sua
desculpa. Receber sem trabalhar pode até ser legal, mas é imoral –
afirmam. Segundo o sítio Brasil 247, eles pretendem utilizar o protesto
para criticar Ophir Cavalcante:
“Os manifestantes vão estender o
coro das cobranças e críticas à instituição que mais se posiciona em
debates sobre a ética e que tem apoiado, inclusive, as marchas contra a
corrupção. A Ordem dos Advogados do Brasil vai ser o novo alvo dos
protestos, depois de revelado que o atual presidente da entidade recebe
gordo salário há 13 anos como procurador federal sem trabalhar”.
O Brasil está de olho na OAB“Se
tiver corrupção dentro do movimento contra a corrupção, a gente vai
buscar e acabar com isso”, garante Carla Zambelli, uma das fundadoras do
movimento Nas Ruas, que organiza o ato de São Paulo. “Todas as
denúncias têm que vir à tona. Temos que cortar o mal pela raiz”, afirma
Cristina Maza, da entidade Todos Juntos Contra a Corrupção, que
organiza a marcha no Rio de Janeiro.
No sítio Observatório da
Corrupção, criado pela OAB, Ophir Cavalcante afirma que o observatório
“será um instrumento para que a sociedade exerça seu insistente
interesse no rápido julgamento de casos de corrupção, acompanhando os
andamentos e pleiteando os julgamentos em todas as instâncias. A Ordem
dos Advogados está de olho no Brasil”.
Mas, como acertadamente ironiza o sítio Brasil 247, “o Brasil é que está de olho na Ordem dos Advogados, Ophir”.
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OAB fará uma marcha contra Ophir?.
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