Por Altamiro Borges
O
vídeo acima, produzido curiosamente pela TV Folha, causou impacto na
internet. Os ativistas digitais se divertiram com as idéias “brilhantes”
das socialites – com suas teses conspirativas, seu apoio à repressão na
USP e sua visão colonizada sobre os EUA, entre outras babaquices. O
vídeo despertou minha curiosidade para conhecer as senhoras que
participaram desta reunião tão chique.
No encontro, que parecia tão espontâneo, nenhuma delas é inocente. Todas elas têm longa trajetória. A psicanalista Maria Cecília Parasmo,
que coordenou a reunião do grupo de mulheres batizado de “Ação em
Cidadania”, tem forte ligação com os tucanos de São Paulo. Já em 2002,
ela organizou uma badalada recepção à Mônica Serra, esposa do candidato
derrotado José Serra.
A jornalista Gisele Vitória, do portal Terra, fez um relato divertido daquele encontro:
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A casa da psicanalista Maria Cecília Parasmo
no Morumbi, em São Paulo, foi transformada num auditório. A bancada do
bar de estilo tradicional na sala ganhou ares de palanque para uma
platéia de 80 senhoras elegantes e cuidadosamente penteadas. Tudo
preparado para a chegada da psicoterapeuta Monica Serra, mulher do
candidato do governo à Presidência da República.
O
objetivo: multiplicar votos para o tucano. Servidas com taças de
prosecco e canapés de shitake, entre outros do Buffett Márcia Faccio,
todas se apresentaram entre si. Eram socialites, médicas, psicanalistas,
donas de escola, advogadas, decoradoras e esposas de empresários. A
elas foi distribuída a letra do Hino Nacional, que não chegou a ser
cantada.
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Já Ana Paula Junqueira,
uma das mais falantes na reunião da “Ação em Cidadania”, é bem
conhecida nas colunas sociais, que vive bajulando a distinta senhora.
Ela também é veterana na política. Dirigente da Liga das Mulheres
Eleitoras do Brasil (Libra), ela já disputou três eleições para deputada
federal, mas nunca conseguiu transformar a sua fortuna em votos e só
colheu derrotas.
Segundo reportagem da Veja de abril de 2008, a socialite é uma expressão quase perfeita da elite nativa:
Não
que Ana Paula seja perfeita, ao contrário. Dois defeitinhos ela assume:
sonha em fazer carreira política (já se candidatou, em vão, duas vezes a
deputada e pretende tentar de novo) e tem uma relação maleável com os
fatos quando se trata da data do nascimento. "Às vezes a gente mente a
idade, sim", diz, com seus 37 anos declarados. As intervenções estéticas
também são tratadas em termos vagos. "Fiz uma lipozinha há muito tempo.
E é claro que já coloquei Botox e já fiz preenchimento", resume.
"A rainha das amazonas"
Ana Paula já foi chamada pela revista Veja de “A rainha das amazonas”. Seu marido, o empresário sueco Johan Eliasch,
dono do grupo Head, de materiais esportivos, e que tem uma fortuna
calculada em 700 milhões de dólares, comprou 160 mil hectares de terra
no Amazonas, um latifúndio “maior do que Londres”. O projeto, segundo a
aduladora Veja, teria fins ecológicos.
Depois
se descobriu a existência de uma madeireira no local. A compra foi,
inclusive, motivo de investigação por crime ambiental. O empresário foi
acusado pelo governo de explorar e transportar madeira nobre da
floresta. Mesmo assim, Ana Paula Junqueira se apresenta como ecologista.
No ano passado, ela se engajou de corpo e alma – e grana – na campanha
de Marina Silva.
Numa entrevista à jornalista Cláudia Jordão, da revista IstoÉ, ela tentou explicar essa contradição:
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Você acredita que, com tantos contatos no Brasil e no Exterior, pode agregar algo à candidatura de Marina Silva à Presidência?
Tenho
certa humildade em relação a isso. Acho que ela é a grande estrela. Mas
no que eu puder agregar e realmente acho que posso, no sentido de
levá-la a pessoas que não sabem a mulher que ela é, vou fazer. Acho que
posso fazer isso por ela. Para você governar um país, isso é muito
importante. Não dá para ficar concentrada em uma só classe.
Você e Marina Silva fazem parte do mesmo partido, mas são de mundos completamente distintos. O que têm em comum?
Eu
admiro muito a Marina Silva, pela própria história de vida que ela tem.
Ela é uma mulher lutadora, honesta, que se preocupa com o outro. Apesar
de a gente vir de mundos diferentes, temos algo em comum. Nosso ponto
de encontro é a preocupação com o próximo, é o nosso ideal que é muito
parecido. Além disso, a honestidade, o fato de querer ter um País
sustentável, de querer ter um mundo sustentável. Nos preocupamos com o
mundo, com o próximo.
A experiência de seu marido, de comprar uma madeireira e terras na Amazônia, não foi das melhores. Qual era o objetivo dele?
Ele
comprou a área para proteger. Era e continua sendo o intuito dele.
Apesar de ser algo muito complicado, o desejo dele é mostrar para a
população local que isso é possível.
Se a intenção era preservar, por que seu marido comprou uma madeireira na região?
Não,
a madeireira ficava dentro da terra. A madeireira veio com a compra das
terras, entende? Inclusive, essa madeireira foi comprada de um fundo
americano, não de um brasileiro. Ele comprou porque tinha um projeto
ambiental. Ele é dono de uma empresa chamada Head, uma multinacional de
produtos esportivos, e um dos principais segmentos dela é o de produtos
voltados para a prática de esqui.
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Outra madame que aparece no vídeo também é conhecida nos meios políticos. A advogada Raquel Alessandri
integra a Liga das Mulheres Eleitoras e costuma promover jantares
anuais no Jockey. Em 2005, por exemplo, ela comandou uma festa para 150
convidados, que homenageou a ex-senadora Heloísa Helena e Mônica Serra, segundo relato e fotos no sítio do Jockey. Já Márcia Kitz dirige a Associação Mulheres de Negócios e atua a quatro décadas no mercado financeiro.
Um comentário:
Estas ociosas não têm idéia do que é a internet, se soubessem teriam mantido esta bobeira de chá das 5, em sigilo, não teriam deixado a tvfolha, mostrarem o quão ridículas estas "botoquizadas" são.
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