Do Brasil que Vai - segunda-feira, 7 de novembro de 2011
Gostaria
de falar de outra coisa. Não me agrada voltar sempre à tecla de Wiliam
Waack. O cara boa pinta, dono de 2 telejornais na rede Globo e que foi
flagrado pelo Wikileaks informando o governo americano sobre quem era
quem nas eleições do ano passado para a Presidência da República.
Informação
furada, diga-se de passagem. Porque o pequeno Wiliam (pequeno em
estatura moral) nas suas atividades de informante não tinha qualquer
compromisso com a verdade do processo eleitoral de então. Saiu de
embaixada em embaixada, as israelenses inclusive, dizendo que Serra
ganharia as eleições e que Dilma era a mais fraquinha de todos os
candidatos, sem chance nenhuma de vitória.
Não se pense que o
pequeno Wiliam seja ingênuo ou desinformado. Não, cobra criada do
jornalismo para-mercado da Globo e homem de relações muito próximas ao
tucanato, de cujos próceres foi assessor, Willy, o informante, é amigo
de todos os diplomatas que ocuparam embaixadas importantes do Brasil,
mundo afora. Inclusive Abdenur ex-embaixador brasileiro nos Estados
Unidos nos dourados anos de privatizações baratas do governo FHC.
Então
por que cargas d’água Willy saiu por ai dizendo coisas que ele próprio
sabia que não ocorreriam, como a vitória de José Serra ano passado?
Willy dizia o contrário do que qualquer idiota nacional sabia porque o
pequeno estava trabalhando para a candidatura Serra buscando
influenciar ao Departamento de Estado norte-americano de que valeria a
pena orientar as maiores multinacionais americanas com atuação no país
despejar contribuições no candidato de seu grupo e da velha guarda
fernandista do Itamaraty.
Podemos ir um pouco além. Não era só
grana que movia Willy, mas a disposição de soprar ao ouvido do governo
americano uma senha para que Obama não inflasse ainda mais a bolha Lula
naquele momento, que parasse com aquele negócio de que ele, Lula, era “o
cara”.
Com pouco mais de sorte Willy esperava que o governo
americano desse um tranco em Dilma, como de fato acabou ocorrendo pouco
tempo depois quando o governo americano expediu nota declarando Dilma
como figura “anti-mercado” e Serra figura mais simpática às empresas
americanas.
No mais, Willy atuou em linha com as grandes
corporações do mundo financeiro, Citybank à frente, para que não
vingasse o projeto que hoje se confirma de reduzir à paulada os juros
altos, ganha pão de todos os canalhas que vivem do suor de gente
honesta, como gosta de dizer Delfim Neto.
Tenho de, contra a
vontade, voltar ao assunto Waack porque não me contentei com as
declarações da Globo que em nota chamou-me de lunático e fantasista.
Disse-o a emissora que vive justamente de criar fantasias, e que no
interregno entre uma e outra julga poder empossar e derrubar presidentes
( vide Collor).
E o que faz a Justiça Federal para verificar o
que fez de verdade o pequeno Willy, mesmo dispondo de documento
confidenciais, tornados públicos pelo Wikileaks? Nada. Se se tratasse de
um Zé Mané qualquer em débito com as Casas Bahia por certo lhe tirariam
o guarda-roupa. Mas em se tratando agora do grande Wiliam Waack (grande
em poder), amigo de gente com trânsito nas chancelarias e dono de
espaços nacionais na mídia de valor inestimável, a reação é de
dissimulado alheamento.
Ficará o grande Willy impune e empregado
na renomada emissora nascida da costela de sua congênere norte-
americana Time-Life. Mas definitivamente o seu rosto que dará feição à
traição e à hipocrisia da emissora do capital financeiro.
Postado por Luiz Cezar
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