segunda-feira, 18 de março de 2013

Papa deve respeitar 'opções diferenciadas das pessoas', diz Dilma


Foto: Roberto Stuckert Filho
Dilma desembarca em Roma
A presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, elogiou nesta segunda-feira a aproximação da Igreja Católica dos pobres defendida pelo papa Francisco, mas lembrou que "opções diferenciadas das pessoas" devem ser compreendidas.
"Eu acho que ele tem um papel a cumprir. (O discurso sobre a aproximação da Igreja aos pobres) É uma postura importante. É claro que o mundo pede, hoje, além disso, que as pessoas sejam compreendidas e que as opções diferenciadas das pessoas sejam compreendidas", disse ela, após ser cercada pela imprensa na Scuderia Del Quirinale, museu onde foi ver uma exposição dedicada ao pintor renascentista Ticiano.
A presidenta não deixou claro a que "opções diferenciadas" ela se referia.
Questionada pela BBC Brasil se a eleição de um papa latino-americano poderá ter impacto na discussão, no Brasil, de temas como a Lei do Aborto e o casamento entre pessoas do mesmo sexo, ela respondeu que "não parece que (Francisco) seja um tipo de papa que vá defender esta posição".
Antes de ser papa, o cardeal Jorge Bergoglio tinha se manifestado contra o aborto e o casamento de pessoas do mesmo sexo.
A presidenta se disse feliz pela eleição de um papa latino-americano, mas afirmou não saber qual será o impacto político de Francisco para a região.
"Em qualquer hipótese, um papa latino-americano é uma honra para a América Latina. Acho que é uma afirmação da região".
Dilma lembrou também que a Igreja brasileira foi "extremamente combativa contra a ditadura".
Ela recordou a atuação de padres dominicanos na defesa de direitos humanos no período em ela militou contra o regime militar no Brasil.
Amante das artes
Dilma saiu cedo nesta segunda-feira do hotel onde está hospedada em Roma por uma porta lateral, sem falar com a imprensa.
Depois de descobrir que ela tinha ido à exposição de Ticiano, os jornalistas entraram na mostra como visitantes e a abordaram no fim do passeio.
Dilma reclamou do assédio, mas ao fim falou com os jornalistas - e confirmou a ida para o Brasil da exposição do pintor renascentista Lorenzo Lotto.
A presidenta deve aproveitar a presença de chefes de Estado em Roma e manter contatos bilaterais com alguns governantes, embora não tenha citado nomes.
O encontro com o papa Francisco deverá ocorrer durante os cumprimentos após a missa de posse de novo pontífice, nesta terça-feira.
O papa Francisco deverá conversar com a presidenta sobre a Jornada Mundial da Juventude, em julho, no Rio de Janeiro.
Francisco já confirmou presença no evento; o Vaticano informou que o papa fala português.

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