Enviado por luisnassif, qua, 15/05/2013 - 09:25
Autor:
Luis Nassif
Até
seu último dia na Procuradoria Geral da República, Roberto Gurgel
tratará de submeter o Ministério Público aos seus objetivos políticos.
Pouco importa se aumentarão as resistências contra os procuradores, se o
adversários tratarão de obscurecer o trabalho legítimo de procuradores
na linha de frente com as jogadas políticas de Gurgel.
Hoje, nos jornais, mais dois episódios.
O primeiro, o
vazamento, por parte da PGR, de mais um inquérito para a mídia, agora
visando o MInistro da Saúde Alexandre Padilha. Pouco importa a vida
limpa do Ministro e a enorme probabilidade de que seja inocentado da
acusação. A manobra consiste em jogá-lo na mídia, para desgastá-lo; e,
depois, esse material poder ser utilizado na campanha político, caso
saia governador.
O segundo ponto,
foi seu parecer contra a invalidação da Reforma da Previdência.
Parlamentares do PSOL argumentaram - com razão - que se o STF e o PGR
sustentaram que houve compra de votos para cada votação, havia vício de
origem.
Gurgel, no entanto, admite que as pessoas envolvidas no mensalão tiveram pouco peso na votação da reforma previdenciária.
Gurgel, no entanto, admite que as pessoas envolvidas no mensalão tiveram pouco peso na votação da reforma previdenciária.
Qualquer conhecedor
mínimo dos meandros do Congresso sabia que a operação mensalão visou
comprar apoio de partidos para a composição da base aliada, jamais para
votações específicas. Embora o método seja condenável, a montagem da
base de apoio é essencial para a governabilidade de qualquer governo, e
foi praticada por todos os presidentes, pós-redemocratização, que
permaneceram no cargo até o fim. O unico que nao seguiu a regra, caiu:
Fernando Collor.
Mas a PGR e o STF
julgaram que, para poder condenar os acusados, havia a necessidade de
indícios mais veementes: por exemplo, casar os dias de pagamento om as
votações ocorridas.
Consumadas as condenações, agora pode-se voltar ao bom senso e reconhecer que os pagamentos não visaram compra de votos.
Consumadas as condenações, agora pode-se voltar ao bom senso e reconhecer que os pagamentos não visaram compra de votos.
O problema do
julgamento do mensalão não foram as condenações: foi se saber que bom
senso, análises de causalidade, análises de indícios e de provas
dependem exclusivamente da posição políticca do julgador.
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