Luis
Nassif, GGN
“Um dos principais personagens do submundo
político são os operadores, as pessoas especializadas em identificar as áreas
sensíveis do setor público, os vazamentos de recursos, e montar o meio campo
com interesses econômicos escusos, amarrados a interesses pessoais ou
partidários.
Em geral os operadores atuam na sombra,
assumindo cargos na máquina ou em governos. Poucos se aventuram a se expor em
cargos eletivos.
Desde a redemocratização, poucos foram tão
atrevidos quanto Eduardo Cunha, deputado eleito, líder do PMDB na Câmara. Foi
parceiro de PC Farias, operador do deputado Francisco Dornelles, aliado de
parlamentares evangélicos, depois do governador Antonio Garotinho e, agora, do
governador Sérgio Cabral - e sempre acompanhado de lobistas cariocas
especializados no submundo da administração pública.
Sua vida pública está coalhada de
escândalos. Talvez nenhum homem público do país esteve envolvido em tantos
escândalos. Pior: saindo praticamente impune de todos eles.
Tornou-se o principal lobista a atuar na
votação da Lei dos Portos, beneficiando, entre outros, o grupo Libra, com quem
está envolvido há pelo menos 15 anos.
A denúncia do deputado Anthoni Garotinho -
de que o lobbie contrário à Lei dos Portos teria subornado parlamentares - é
apenas mais uma suspeita na longa carreira de Eduardo Cunha. O próprio
Garotinho foi vítima dele. Indicado pela bancada evangélica para dirigir a
Cehab, no governo Garotinho, Cunha protagonizou o primeiro grande escândalo
daquela administração.
Nas próximas horas, Jornal GGN publicará um
pequeno acervo dos escândalos nos quais Eduardo Cunha esteve envolvido.”
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