"Casas para doentes" da missionária eram chamadas por médicos de "necrotérios" |
Madre Teresa de Calcutá (1910-1997), na ilustração ao lado, recebeu de
doadores centenas de milhões de dólares para seus hospitais — os quais
ela chamava de “casas para doentes” —, mas o grosso (ou parte
significativa) desse dinheiro ela mandou para o Vaticano, deixando os
doentes em estado precário, sem remédios e cuidados.
Médicos classificaram esses locais de “casas da morte” ou de
“necrotérios”. No âmbito da OMS (Organização Mundial da Saúde) houve
denúncias de que as “casas” eram locais de epidemias. Uma ex-voluntária
escreveu que faltava até AAS para amenizar a dor dos doentes.
Essa são algumas das revelações do estudo “O Lado Escuro de Madre
Teresa” feito por Serge Larivee, Carole Senechal e Geneviève Chenard, da
Universidade de Montreal, Canadá.
Em 1979, ela foi premiada com o Nobel da Paz e em 2003 beatificada pela
Igreja Católica. A missionária já tinha se tornado um símbolo da
caridade cristã.
Mas os pesquisadores canadenses, após examinar mais de 500 documentos,
constataram que os alegados altruísmo e generosidade de Madre Teresa não
passavam de fantasia vendida como verdade pela imprensa internacional.
A rigor, ela foi “inventada” pelo jornalista Malcolm Muggeridge, da BBC,
que lhe dedicou em 1969 o documentário “Algo bonito para Deus”,
apresentando ao mundo a figura frágil de uma missionária que se dedicava
aos pobres e doentes da Índia. Em 1971, o jornalista publicou um livro
com o mesmo título.
A missionária abriu centenas de “casas de doentes” em vários países, mas
não as tornava hospitais de fato, a ponto de os doentes serem mantidos
em agonia em esteiras no chão. Fotos na imprensa desses doentes ajudaram
Teresa a arrecadar milhões, inclusive de ditadores sanguinários, como
François Duvalier, o Papa Doc do Haiti.
Para Larivee, Madre Teresa colocou em prática a sua convicção de que o
sofrimento humano é fundamental para a salvação. Ela acreditava que os
sofredores estavam mais perto do céu e de Cristo.
O jornalista britânico radicado nos Estados Unidos Christopher Hitchens
(1949- 2011) já tinha denunciado o embuste que era Teresa ao publicar em
1995 o livro “A Intocável Madre Teresa de Calcutá”.
Diz um trecho do livro: “Tenho em mente que a receita global da Madre
Teresa é mais do que suficiente para equipar várias clínicas de primeira
classe em Bengala. A decisão de não fazê-lo [...] é deliberada. A
questão não é o alívio do sofrimento honesto, mas a promulgação de um
culto baseado na morte e sofrimento e subjugação."
Na época, Hitchens foi ”crucificado” pelos católicos por ter criticado a boa e santa velhinha.
Um fato pouco conhecido é que a missionária acobertou um padre pedófilo, o ex-jesuíta Donald McGuire.
Em 1993, o sacerdote, que era amigo de Teresa, estava afastado de suas
atividades por abusar de um garoto. A missionária usou sua influência
para que McGuire voltasse à ativa.
Nos anos seguintes, oito outras queixas de pedofilia foram apresentadas
por fiéis à Igreja e às autoridades. E McGuire acabou condenado a 25
anos de prisão.
No Paulopes
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