“Nesta quarta-feira, o ministro da Saúde,
Alexandre Padilha, anuncia a formalização do acordo com Cuba para a vinda de
400 médicos ao Brasil. Outros 1.500 profissionais cubanos devem
desembarcar um pouco mais adiante. A decisão reflete um novo momento do
programa ‘Mais Médicos' que ,progressivamente, furou o bloqueio duplo da má
vontade conservadora e do elitismo corporativista. Lançado em oito de julho, a
iniciativa ataca fatores emergenciais e estruturais que multiplicam áreas
desassistidas no país.
O Brasil tem apenas 1,8 médico por mil
habitante; a Argentina tem três. O governo quer elevar o índice brasileiro para
2,5 por mil. Precisará de mais 168.424 médicos. As escolas brasileiras
formam cerca de 18 mil médicos por ano. Mais de 3.500 municípios aderiram ao
programa. O ministro Padilha pretende acudir a emergência com a vinda imediata
de profissionais estrangeiros; e corrigir a usina estrutural desse hiato
incorporando as escolas de medicina à política da saúde pública no Brasil.
De dois modos: incentivando a formação do
clínico-geral e transformando a residência médica em prestação de serviço
remunerada no SUS. O acordo com Cuba, bombardeado originalmente,
foi revalidado pelo próprio boicote corporativista, que tornou
explícita a indiferença das elites em relação aos segmentos mais
vulneráveis da população. Foi obra da paciência política do governo. Hoje, mais
de 54% dos brasileiros declaram-se favoráveis à vinda de estrangeiros para
socorrer as regiões distantes e periferias conflagradas. Mais que uma
vitória isolada, o Mais Médicos descortina uma nova família de políticas
públicas, que convoca a universidade se incorporar ao do passo
seguinte do desenvolvimento brasileiro.”
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