Lançado por Palmério Doria, "O
Príncipe da Privataria" aborda as contradições do ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso e desnuda um capítulo ainda obscuro da política
brasileira: a compra da emenda que permitiu a sua reeleição, em 1998; o
livro revela ainda a identidade do "Senhor X", que gravou deputados e
denunciou ao jornalista Fernando Rodrigues, da Folha, o episódio;
trata-se do empresário Narciso Mendes, do Acre, que resolveu contar tudo
o que sabia; a obra trata ainda da tentativa de privatização da Caixa,
do Banco do Brasil e da Petrobras e também de como a mídia blindou a
história do filho de FHC fora do casamento – que, no final da história,
não era filho legítimo do ex-presidente.
Brasil 247 - Um
livro bombástico chega, neste fim de semana, às livrarias de todo o
País. Trata-se de "O Princípe da Privataria", lançado pelo jornalista
Palmério Doria, autor do best-seller Honoráveis Bandidos, sobre o poder da família Sarney, e colunista do 247.
Desta vez, o foco de Doria é lançado sobre um dos homens mais poderosos
e cultuados do Brasil: o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. No
livro, o autor aborda as contradições do personagem e algumas manchas de
sua biografia, como a compra da emenda da reeleição e a operação pesada
para blindá-lo na imprensa sobre o filho fora do casamento com uma
jornalista da Globo, que, no fim da história, não era seu filho
legítimo.
Leia,
em primeira mão, o material de divulgação preparado pela Geração
Editorial, a mesma casa editorial que lançou livros-reportagem de
sucesso como Privataria Tucana, de Amaury Ribeiro Jr., e Segredos do
Conclave, de Gerson Camaratti:
O Príncipe da Privataria revela quem é o “Senhor X”, o homem que denunciou a compra da reeleição
Uma
grande reportagem, 400 páginas, 36 capítulos, 20 anos de apuração, um
repórter da velha guarda, um personagem central recheado de
contradições, poderoso, ex-presidente da República, um furo
jornalístico, os bastidores da imprensa, eis o conteúdo principal da
mais nova polêmica do mercado editorial brasileiro: O
Príncipe da Privataria – A história secreta de como o Brasil perdeu seu
patrimônio e Fernando Henrique Cardoso ganhou sua reeleição (Geração Editorial, R$ 39,90).
Com uma tiragem inicial de 25 mil exemplares, um número altíssimo para o padrão nacional, O Príncipe da Privataria é o 9° título da coleção História Agora da Geração Editorial, do qual faz parte o bombástico A Privataria Tucana e o mais recente Segredos do Conclave.
O personagem principal da obra é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o autor é o jornalista Palmério Dória, (Honoráveis Bandidos – Um retrato do Brasil na era Sarney,
entre outros títulos). A reportagem retrata os dois mandatos de FHC,
que vão de 1995 a 2002, as polêmicas e contraditórias privatizações do
governo do PSDB e revela, com profundidade de apuração, quais foram os
trâmites para a compra da reeleição, quem foi o “Senhor X” – a
misteriosa fonte que gravou deputados confessando venda de votos para
reeleição – e quem foram os verdadeiros amigos do presidente, o papel da
imprensa em relação ao governo tucano, e a ligação do Centro Brasileiro
de Análise e Planejamento (Cebrap) com a CIA, além do suposto filho
fora do casamento, um ”segredo de polichinelo” guardado durante anos...
Após
16 anos, Palmério Dória apresenta ao Brasil o personagem principal do
maior escândalo de corrupção do governo FHC: o “Senhor X”. Ele foi o
ex-deputado federal que gravou num minúsculo aparelho as “confissões”
dos colegas que serviram de base para as reportagens do jornalista
Fernando Rodrigues publicadas na Folha de S. Paulo em
maio de 1997. A série “Mercado de Voto” mostrou da forma mais objetiva
possível como foi realizada a compra de deputados para garantir a
aprovação da emenda da reeleição. “Comprou o mandato: 150 deputados, uma montanha de dinheiro pra fazer a reeleição”,
contou o senador gaúcho, Pedro Simon. Rodrigues, experiente repórter
investigativo, ganhou os principais prêmios da categoria no ano da
publicação.
Nos
diálogos com o “Senhor X”, deputados federais confirmavam que haviam
recebido R$ 200 mil para apoiar o governo. Um escândalo que mexeu com
Brasília e que permanece muito mal explicado até hoje. Mais um desvio de
conduta engavetado na Era FHC.
Porém,
em 2012, o empresário e ex-deputado pelo Acre, Narciso Mendes – o
“Senhor X” –, depois de passar por uma cirurgia complicada e ficar entre
a vida e a morte, resolveu contar tudo o que sabia.
O
autor e o coautor desta obra, o também jornalista da velha guarda
Mylton Severiano, viajaram mais de 3.500 quilômetros para um encontro
com o “Senhor X”. Pousaram em Rio Branco, no Acre, para conhecer,
entrevistar e gravar um homem lúcido e disposto a desvelar um capítulo
nebuloso da recente democracia brasileira.
O
“Senhor X” aparece – inclusive com foto na capa e no decorrer do livro.
Explica, conta e mostra como se fazia política no governo “mais ético”
da história. Um dos grandes segredos da imprensa brasileira é
desvendado.
20 anos de apuração
Em
1993, o autor começa a investigar a vida de FHC que resultaria neste
polêmico livro. Nessas últimas duas décadas, Palmério Dória entrevistou
inúmeras personalidades, entre elas o ex-presidente da República Itamar
Franco, o ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes e o senador
Pedro Simon, do PMDB. Os três, por variadas razões, fizeram revelações
polêmicas sobre o presidente Fernando Henrique e sobre o quadro político
brasileiro.
EXÍLIO NA EUROPA
Ao contrário do magnata da comunicação Charles Foster Kane, personagem do filme Cidadão Kane, de
Orson Welles, que, ao ser chantageado pelo seu adversário sobre o seu
suposto caso extraconjugal nas vésperas de uma eleição, decide encarar a
ameaça e é derrotado nas urnas devido a polêmica, FHC preferiu esconder
que teria tido um filho de um relacionamento com uma jornalista.
FHC
leva a sério o risco de perder a eleição. Num plano audacioso e em
parceria com a maior emissora de televisão do país, a Rede Globo, a
jornalista Miriam Dutra e o suposto filho, ainda bebê, são “exilados” na
Europa. Palmério Dória não faz um julgamento moralista de um caso
extraconjugal e suas consequências, mas enfatiza o silêncio da imprensa
brasileira para um episódio conhecido em 11 redações de 10 consultadas.
Não era segredo para jornalistas e políticos, mas como uma blindagem
única nunca vista antes neste país foi capaz de manter em sigilo em caso
por tantos anos?
O
fato só foi revelado muito mais tarde, e discretamente, quando Fernando
Henrique Cardoso não era mais presidente e sua esposa, Dona Ruth
Cardoso, havia morrido. Com um final inusitado: exame de DNA revelou que
o filho não era do ex-presidente que, no entanto, já o havia
reconhecido.
Na obra, há detalhes do projeto neoliberal de vender todo o patrimônio nacional. “Seu crime mais hediondo foi destruir a Alma Nacional, o sonho coletivo”, relatou o jornalista que desvendou o processo privativista da Era FHC, Aloysio Biondi, no livro Brasil Privatizado.
O Príncipe da Privataria conta
ainda os bastidores da tentativa de venda da Petrobras, em que até a
produção de identidade visual para a nova companhia, a Petrobrax, foi
criada a fim de facilitar o entendimento da comunidade internacional.
Também a entrega do sistema de telecomunicações, as propinas nos leilões
das teles e de outras estatais, os bancos estaduais, as estradas, e até
o suposto projeto de vender a Caixa Econômica Federal e o Banco do
Brasil. “A
gente nem precisa de um roubômetro: FHC com a privataria roubou 10 mil
vezes mais que qualquer possibilidade de desvio do governo Lula”, denuncia o senador paranaense Roberto Requião.
SOBRE O AUTOR
Palmério Dória é
repórter. Nasceu em Santarém, Pará, em 1949 e atualmente mora em São
Paulo, capital. Com carreira iniciada no final da década de 1960 já
passou por inúmeras redações da grande imprensa e da “imprensa nanica”.
Publicou seis livros, quatro de política: A Guerrilha do Araguaia; Mataram o Presidente — Memórias do pistoleiro que mudou a História do Brasil ; A Candidata que Virou Picolé (sobre a queda de Roseana Sarney na corrida presidencial de 2002, em ação orquestrada por José Serra); e Honoráveis Bandidos — Um retrato do Brasil na Era Sarney ; mais dois livros de memórias: Grandes Mulheres que eu Não Comi, pela Casa Amarela; e Evasão de Privacidade, pela Geração Editorial.
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