quinta-feira, 29 de agosto de 2013

A candidatura do PSDB volta à estaca zero


Em torno da construção da candidatura de Aécio, FHC reassumiu o comando do PSDB, inclusive sobre o programa para 2014. Mas Serra ainda é o espectro que ronda o partido a cada campanha e segue como um de seus problemas. Enquanto patinam, Dilma tem dianteira de quase o triplo das intenções de voto sobre os tucanos.
Antonio Lassance, Carta Maior

Tarde demais para voltar atrás

O muro, que tantas vezes serviu de metáfora para os tucanos, funciona como nunca enquanto representação de um partido emparedado.

Seu candidato preferencial, Aécio Neves, não deslancha nas pesquisas. Ao contrário, recuou. Sua primeira estratégia naufragou e ele corre contra o tempo para aprumar-se. Com a mística mineira de que come quieto, pelas beiradas, e de que devagar se vai mais longe, Aécio tratou de sua candidatura como se tivesse todo o tempo do mundo. Foi engolido pelos acontecimentos.

Em 2012, articulou dentro do PSDB para que recebesse apoios firmes e tivesse seu nome aventado como a bola da vez. Em seguida, em fevereiro de 2013, fez um discurso de candidato ao qual a velha mídia só não deu mais destaque porque o conteúdo era fraco, e sua oratória, sofrível. Em maio, foi eleito presidente do Partido, forma de insuflar sua evidência nacional e estreitar os laços com os diretórios regionais. Finalmente, em agosto, recebeu o apoio dos presidentes dos 27 diretórios estaduais. Cada evento dessa natureza foi organizado para consolidar Aécio como a opção incontestável do PSDB para 2014. No entanto, quanto mais reafirmam o senador como "o" candidato, menos seguros os tucanos estão de que fizeram a escolha acertada. A única certeza é a de que é tarde para voltar atrás.

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