domingo, 18 de agosto de 2013

Joaquim Barbosa está rasgando o código de ética dos magistrados

 

Do Diário do Centro do Mundo - 18 de agosto de 2013
 
 
Cortesia é um dos itens exigidos no manual.
Um problema nacional
Um problema nacional


Paulo Nogueira

De tanto ver absurdos no Supremo, me perguntei se não haveria um código de conduta.

Coisas assim me intrigaram: a) Fux ter relações estreitas com um grande escritório de advocacia; b) Joaquim Barbosa pagar uma viagem para uma jornalista do Globo cobrir uma palestra irrelevante sua na Costa Rica. O detalhe é que o avião usado para a boca livre barbosiana foi o da FAB; c) Gilmar Mendes num cargo tão vital mesmo sendo, como disse certa vez Eliane Cantanhêde, “muito tucano”; Ayres Britto tão ligado a jornalistas – dos quais deveria manter distância olímpica, em nome da justiça e do recato — a ponto de escrever o prefácio de um livro de Merval Pereira.

Poderia listar outras coisas, mas vou poupar a paciência do leitor.
Pesquisei, e para relativa surpresa minha descobri que sim, existe um manual de conduta.
Não é ruim, desde que seja seguido.

Dada a atitude destrutiva e desagregadora de JB, tão brutalmente  exposta em sua agressão a Lewandowski, um ponto me chamou a atenção.

Reproduzo-o:

“CORTESIA
O magistrado tem o dever de cortesia para com os colegas, os membros do Ministério Público, os advogados, os servidores, as partes, as testemunhas e todos quantos se relacionem com a administração da Justiça.

Parágrafo único. Impõe-se ao magistrado a utilização de linguagem escorreita, polida, respeitosa e compreensível.”

Ou Joaquim Barbosa desconhece o manual ou o despreza. É um exemplo tenebroso que o presidente da mais alta corte passa aos integrantes do sistema judiciário nacional. Quem não se lembra da forma como ele se dirigiu a um repórter do Estadão que lhe fez uma pergunta diferente das louvaminheiras que jornalistas da Veja e da Globo costumam lhe fazer?

JB vai se assemelhando, cada vez mais, ao alienista de Machado de Assis. Acha que o problema está em todo mundo quando, na verdade, ele é o problema.

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