Do Blog do Miro - domingo, 25 de agosto de 2013
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Pela lógica que impera nas redações da velha mídia,
baseada nos princípios da presunção da culpa e da escandalização da
política, uma revelação bombástica como esta já teria obtido estrondosa
repercussão. No geral, a denúncia é publicada na sexta-feira por uma
revista semanal; logo ganha destaque nas emissoras de rádio e televisão,
sendo motivo dos comentários hidrófobos dos seus "calunistas"; e passa a
ser requentada e amplificada pelos jornalões. Esta lógica, porém, nunca
prevalece quando se trata de escândalos envolvendo os principais
caciques do PSDB.
Quando a mesma revista IstoÉ publicou a primeira reportagem sobre o
"propinoduto tucano", o restante da mídia fez silêncio total. Ela só
mudou de postura devido a gritaria nas redes sociais e aos protestos de
rua em São Paulo, que passaram a exigir a imediata instalação de uma
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as denúncias. A
própria ombudsman da Folha, Suzana Singer, reconheceu que esta pressão
mudou o comportamento da imprensa. Temendo o desgaste, o Jornal Nacional
da TV Globo só mencionou o caso três semanas após a primeira capa da
IstoÉ.
Agora, a mídia tucana faz o mesmo com a denúncia sobre a conta secreta
do PSDB na Suíça. Se depender dela, o assunto logo caíra no
esquecimento. Este silêncio tem motivos políticos - a velha imprensa
nunca escondeu que ama os tucanos e detesta o "lulopetismo" - e
econômicos. O sempre atento José Augusto, do blog "Amigos do presidente
Lula", revelou nesta semana que o governador Geraldo Alckmin torrou em
junho mais R$ 3,8 milhões em 15,6 mil assinaturas da Folha, Estadão e
Veja. Os tucanos sabem proteger seus "amigos". Já o governo Dilma
continua alimentando cobras!
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