O candidato tucano à Presidência da
República, Aécio Neves, terá muito o que explicar nos próximos dias.
Após o escândalo envolvendo o uso de dinheiro público para a construção
de um aeroporto em Claudio (MG) na fazenda de seu tio-avó no valor de
R$ 14 milhões, surge mais um fato novo.
O site Entrefatos denuncia com
exclusividade que a fazenda de Múcio Guimarães Tolentino, foi flagrada
com trabalho análogo à escravidão, onde oitenta trabalhadores da
destilaria Tolentino foram resgatados, em 2009, na área ao lado do
aeroporto construído por Aécio.
Convidamos todos a lerem em primeira mão
a reportagem completa sobre esse novo escândalo que envolve o Senador
Aécio Neves (PSDB-MG).
Qual será a explicação que Aécio Neves vai dar?
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Fazenda de tio de Aécio já foi flagrada com trabalho análogo à escravidão
Oitenta trabalhadores em destilaria da família Tolentino foram
resgatados, em 2009, em área ao lado do aeroporto construído por Aécio
Redação Entrefatos
Múcio Guimarães Tolentino, 88 anos, é
tio-avô de Aécio Neves. Ex-prefeito da cidade de Cláudio, no interior de
Minas Gerais, é dono da fazenda Santa Isabel, que o governo mineiro, em
2010 – então sob a gestão do sobrinho -, escolheu desapropriar uma
parcela para construir um aeroporto a um custo de R$ 14 milhões. Segundo a Folha de S.Paulo publicou, o acesso à pista, embora seja pública, é controlado pela família Tolentino.
O caso revelado até agora pela “Folha”
já demonstra que Cláudio pode ser um grande problema para a campanha de
Aécio Neves, mas a “ficha corrida” da fazenda Santa Isabel e as relações
entre os Tolentino e o ex-governador do Estado trazem outros elementos,
que rescendem a uma mistura entre o público e o privado e remontam a
tristes lembranças da herança escravocrata que ajudou a consolidar
relações de poder no estado mineiro.
Apoio à família
Em 2005, a Destilaria Alpha, que tinha como representante legal Marcelo
de Campos Tolentino, contou com apoio direto do governador para reativar
sua atividade industrial de produção de álcool combustível. Consta do
Diário Oficial do Estado de Minas, em 28 de setembro de 2005, protocolo
de intenções entre a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Minas
Gerais e o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais com assinatura do
próprio governador Aécio Neves, que previa “viabilizar a reativação da
Alpha, de sua unidade industrial localizada no município de Cláudio
(MG), destinada à produção de álcool combustível hidratado”.
O documento previa a possibilidade de empréstimos à Destilaria Alpha. O
representante legal da empresa foi Marcelo de Campos Tolentino, que
embora com telefone e residência na capital Belo Horizonte, tem raízes
na cidade de Cláudio. O empresário já contribuiu com campanha eleitoral
de Aécio, tendo doado R$ 1 mil na sua primeira eleição para governador,
em 2002. Já Marina Tolentino ocupou o cargo de diretora financeira na
Alpha Destilaria.
Ministério flagra trabalho análogo à escravidão
Quatro anos depois, a mesma empresa que fora reativada com a ajuda do
governador, foi flagrada com trabalhadores em situação análoga à
escravidão. Fiscalização do MTE resgatou 80 deles nas fazendas Santa
Isabel e Santo Antônio. A notícia, à época, não ganhou as manchetes dos
jornais.
Em junho de 2013, a Alpha passou a figurar no cadastro de empregadores
flagrados com mão de obra análoga à de escravo, a chamada “lista suja”
do Ministério do Trabalho. Fazer parte dessa lista impede, por exemplo,
que empresas contratem empréstimos junto a bancos públicos federais ou
que possam fornecer produtos para mais de 400 empresas signatárias do
Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo, com a Petrobras.
Cachaça envelhecida na fazenda da Mata, o “palácio de Versalhes” de Aécio
Nem só de álcool vive o emaranhado político-econômico dos Tolentino.
Além de outras atividades que demonstram como Cláudio tem no clã uma de
suas famílias mais poderosas (com ex-prefeitos, vereadores, deputados e
até um governador no seu histórico de relações com o poder), os
Tolentino produzem a cachaça Mingote, que tem como sócio Tancredo
Tolentino, filho de Múcio.
Tancredo
Tolentino, o “Kedo”, primo de Aécio, foi acusado de integrar uma
quadrilha de venda de decisões judiciais, desbaratada pela Polícia
Federal em 2011. Foi acusado de formação de quadrilha e corrupção
ativa. Apesar de tal retrospecto – ou por conta disso, já que ocupando
cargo público poderia ter mais facilidade de enfrentar ações judiciais –
Kedo também já tentou ser candidato a prefeito da cidade, e teve seu
registro impugnado.
Outro Tolentino que parece ligado ao negócio de álcool e cana-de-açúcar é
Claudio Tolentino, vereador na cidade. Um telefone em nome da
Destilaria Alpha remete a seu escritório.
A cachaça Mingote, cujo nome legal é “Tolentino & Tolentino LTDA.”,
já assinou Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público do
Trabalho por empregar menores de idade, em 2011.
Segundo divulgado em fóruns e sites do mercado de cachaça artesanal (clique aqui eaqui e
veja dois exemplos), a Mingote – ou apenas uma parte de sua produção – é
envelhecida na fazenda da Mata, na qual Aécio passa finais de semana e
onde mantém o cavalo Ofegante e um fusca azul 1964.
A história da produção em Cláudio começou, segundo os Tolentino informam no site da cachaça Mingote,
com um engenho na própria fazenda da Mata, no século XIX quando os
irmãos “Quinca Barão” (Joaquim da Silva Guimarães) e Domingos da Silva
Guimarães, o “Mingote” deram início à ocupação e desenvolvimento de
Cláudio.
Leia mais:
A pinga da família de Aécio Neves é tradicional, e o senador, ao que
tudo indica, um entusiasta. Ele é um garoto-propaganda da cachaça
Mingote, produzida por Tancredo, Múcio e outros Tolentinos. No site da
empresa, mostra-se o desvelo com a versão “Governador’, “cachaça
não-comercializada, reserva pessoal, estocada em tonel de amendoim e
registrada em homenagem ao ex-governador Aécio Neves”. Segundo informam
os donos da cachaça Mingote, a versão Governador é usada para
“presentear amigos e visitantes de outras regiões e do exterior”, sendo
engarrafada “em louça de primeira qualidade”.
Múcio, o “Paca”, tem também a versão em sua homenagem, embora com menos
refinamento. “Cachaça com dois anos de descanso em Jequitiba, suave com
pouca coloração”, afirma a família Tolentino na descrição do produto.
Há também a versão do Cruzeiro, clube que tinha como presidente Zezé
Perrella, aliado de Aécio Neves. Zezé é aquele cuja família teve um
helicóptero apreendido com 400 quilos de cocaína em novembro do ano
passado.
Escrito por: Redação
Postado há 8 hours ago por Blog Justiceira de Esquerda
Do Blog Justiceira de Esquerda.
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