Polícia prende "tubarão" da Fifa que agia na máfia dos ingressos
Ray Whelan é um dos diretores da Match, empresa associada à Fifa
O delegado da 18ª DP (Praça da Bandeira) Fábio Barucke, que conduz as
investigações da máfia dos ingressos na Copa do Mundo, prendeu Ray
Whelan. Ele é um dos diretores da Match, empresa associada à Fifa e que
tem direitos exclusivos na venda de pacotes para os jogos da Copa do
Mundo. A Match Hospitality é ligada a Phillipe Blatter, sobrinho do
presidente de Fifa, Joseph Blatter. Ray foi preso no Copacabana Palace.
Na suíte dele, foram apreendidos cerca de 100 ingressos da Copa do
Mundo.
Segundo as investigações, Ray estaria acima do franco-argelino
Mohamadou Lamine Fofana, preso desde a semana passada por participação
no esquema.
O nome do acusado bateu com um dos nomes que constam na lista de
credenciados pela Fifa para a Copa do Mundo no Brasil. A lista com os
credenciados foi enviada pela entidade máxima do futebol.
O delegado irá pedir a delação premiada ao advogado paulista assim
que sua prisão temporária vencer, o que deve acontecer em cinco dias.
Segundo ele, a colaboração de Massih foi essencial para a investigação.
Escutas revelam 900 ligações de Lamine para celular da Fifa
Uma reportagem do programa Fantástico, da TV Globo, revelou neste
domingo (6) que o franco-argelino Mohamadou Lamine Fofana, de 57 anos,
acusado de liderar a quadrilha internacional que vendia no mercado negro
os ingressos para a Copa do Mundo, fez pelo menos 900 ligações para um
celular oficial da Fifa no Brasil, desde o início do Mundial. A Polícia
do Rio já anunciou que a prisão do suposto membro da Fifa envolvido com a
máfia dos ingressos pode acontecer a qualquer momento.
Sobre o caso:
Lamine foi preso com outros 10 integrantes do grupo na última
terça-feira (1), indiciados por suspeita de cambismo, associação
criminosa e lavagem de dinheiro. O chefe da quadrilha estava em um
apartamento no condomínio Santa Mônica, na Barra da Tijuca, Zona Oeste
do Rio, que foi alugado por 12 mil dólares, do ex-jogador Júnior
Baiano.
Após as prisões, a Fifa se reuniu com a única empresa responsável
pela comercialização das entradas no torneio, a Match Services. No
entanto, nenhuma das duas entidades forneceu os nomes dos funcionários
supostamente envolvidos no esquema, como vem solicitando a Justiça e a
polícia. De acordo com o delegado da 18a. DP (Praça da Bandeira) Fábio
Barucke, há indícios de participação de integrantes da Fifa, da CBF
(Confederação Brasileira de Futebol) e das federações de futebol da
Argentina e da Espanha no esquema.
Na quarta-feira passada (2), o delegado Barucke havia dito que o
advogado de Lamine, José Massih, chegou a revelar logo após a prisão, o
nome de um homem que seria integrante da Fifa e ligado ao grupo de
cambista. A mesma versão foi sustentada pelo promotor Marcos Kac, da 9a.
Promotoria de Investigação Penal (PIP) do Rio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário