quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Datafolha com Marina infringe legislação eleitoral

Pesquisa registrada às pressas, horas depois de morte de Eduardo, contraria resolução do TSE


A pesquisa Datafolha registrada às pressas ontem (13), horas depois da morte do candidato do PSB à presidência, Eduardo Campos, infringe a legislação eleitoral.

Com a tragédia que tirou da disputa o ex-governador de Pernambuco e a possibilidade de Marina Silva assumir a “cabeça da chapa” de Campos, o Datafolha correu para registrar um novo levantamento, feito entre hoje e sábado com 2,8 mil entrevistados. A pesquisa foi registrada ontem (13) às 18h01, apenas seis horas depois do acidente que vitimou Eduardo Campos.

Entretanto é irregular, segundo a resolução do Tribunal Superior Eleitoral 23400/2014, a promoção de pesquisa eleitoral nesse momento da campanha que tenha candidatos não registrados oficialmente na Justiça Eleitoral. O artigo 13 da resolução estabelece que os eleitores só podem ser questionados sobre candidatos registrados.

O próprio questionário do Datafolha parece induzir o eleitor a mostrar como a presença de Marina embaralha a sucessão presidencial. Nas perguntas dois a seis, pergunta-se ao eleitor se votaria em Marina no 1º e no 2º turnos, se a conhece e se a rejeita. Apenas após induzir o eleitor a saber que Marina poderá estar entre os candidatos, na pergunta sete é informada a morte de Campos, com a indagação sobre o que o PSB deve agora fazer.

O artigo 15 da resolução informa que a realização de pesquisas não pode induzir o eleitor a erro, e o levantamento do Datafolha pode ter a sua realização impugnada com pedido do Ministério Público Eleitoral.

É enorme a pressão sobre Marina Silva para que dispute a presidência, atendendo a uma demanda não só dos eleitores que a escolheram em 2010, como analistas políticos e simpatizantes da oposição ao governo Dilma, A entrada de Marina na campanha, segundo algumas análises, tende a forçar um segundo turno em uma campanha que tem, neste momento, possibilidade de vitória de Dilma Rousseff ainda na primeira rodada, em outubro.


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