quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Eduardo Campos no jornal nacional



Ficou sem resposta a melhor pergunta feita a Eduardo Campos em sua maratona na Globo

Eduardo Campos teve uma maratona na Globo nestes dias.


Primeiro foi entrevistado no G1, e depois no Jornal Nacional.


Seu aeroporto, ficou claro, é o nepotismo. É ampla a lista de parentes de Campos em cargos públicos em Pernambuco.


Ele manobrou também para que sua mãe fosse eleita para o Tribunal de Contas da União.


Nova política?


Bem, ele disse no Jornal Nacional que não se sente constrangido com a questão do nepotismo.


Nisso, se diferenciou de Aécio, que tergiversou e não respondeu se se sentia constrangido com o aeroporto de Cláudio.


O capítulo de nepotismo na biografia de Campos está devidamente documentado, e provavelmente será lembrado por adversários na campanha eleitoral.


Quer dizer, caso ele alce vôo como candidato, o que é ainda uma incógnita.


Mas, de suas sessões nas Organizações Globo, a melhor pergunta não veio nem de Bonner, nem de Patrícia Poeta e nem de nenhum jornalista do G1.


Veio da voz rouca das ruas.


Um internauta, no G1, fez a pergunta que todo mundo gostaria de fazer para Eduardo Campos.


Ei-la.


Por que Marina não saiu candidata à presidência, já que as chances dela de ir para o segundo turno seriam muito maiores?


Clap, clap, clap para o internauta. De pé.


Se Campos estivesse interessado mesmo em mudar o Brasil, e não em se autopromover, ele teria tido um gesto exemplar de desprendimento e cedido a cabeça da chapa a Marina.


Mas não.


Ele a confinou a um papel subalterno. Vice no Brasil não é nada. Ninguém liga para vice, e isso fica claro quando se observam os esquálidos índices de intenção de voto de Eduardo Campos.


Marina não transferiu nada a Campos até aqui, e as chances de que isso se altere parecem mínimas. A cada momento se cristaliza, mais uma vez, a polarização PT-PSDB, e Campos surge aí como um quase anão.


Eduardo Campos não respondeu à pergunta do internauta arguto.


Esquivou-se no meio de um palavrório pré-fabricado que fugiu da questão.


Como Aécio, Campos lembra Maluf na cara de pau com que finge responder a perguntas incômodas sem entrar no mérito delas.


E ele não respondeu por uma razão.


Seu projeto para o Brasil é, essencialmente, ele mesmo.


Nem menos e não mais que isso.
Paulo Nogueira
No DCM


Um comentário:

Roberto Carlos de Araújo disse...

Eduardo Campo representa a velha política das oligarquias onde o pai, o tio, o avô, o primo todo mundo tem um lugarzinho! Não que seja errado a família participar da política, mas em certas situações como de parente sendo responsável em apurar as contas de parente, me parece uma piada, ou melhor um grande humor negro!