terça-feira, 12 de agosto de 2014

Não era “garantido” que não haveria racionamento, Dr. Alckmin? E o erro de Landau e Leitão?


Fernando Brito, Tijolaço  

A reportagem de capa da Folha, hoje, revela, sem resposta possível, o papel de Tartufo desempenhado pelo Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, semana passada, quando, em entrevista ao Estadão, que “não há racionamento de água em São Paulo.

Não, exceto para mais de dois milhões de pessoas, que vivem em 18 municípios paulistas que assumem estar controlando os horários em que a água é fornecida a residências, comércio e indústrias.

E pouco passamos da metade do inverno, período mais seco do ano.
O curioso é que, à medida em que se torna desesperadora a situação em São Paulo, as vozes da direita ressuscitam o fantasma do racionamento de energia.

Elena Landau, a musa das privatizações de Fernando Henrique Cardoso, na Folha, e Míriam Leitão, em O Globo, voltam ao discurso do apagão.

Estas senhoras, que se apresentam como “técnicas” estão desafiadas por este modesto blog a provar que a situação está se agravando em moldes minimamente parecidos ao que ocorre em São Paulo, embora ninguém seja estulto de negar que há, sim, uma grave estiagem.
E você mesmo pode comparar.

No dia 28 do infernal mês de fevereiro, que deveria ser de chuvas no Sudeste, mas lembrou o que ocorre no semi-árido nordestino, o Brasil tinha 111,4 megawatt/mês de energia armazenada, em forma de água, nos reservatórios das hidrelétricas. A região mais crítica, o Sudeste, tinha 34,6% de seu armazenamento

Nesta mesma data, o Sistema Cantareira, tinha 16,4% de seu volume útil, o que, somado ao “volume morto” (mais 18,5%) que seria utilizado depois, dava 34,9% de capacidade reservada.

Sexta feira passada, o Sistema Integrado Nacional tinha exatos 114,2 megawatt/mês acumulados, o mesmo que há pouco mais de cinco meses.  Os reservatórios do Sudeste, os mais castigados, tinham 33,7% de sua capacidade, apenas 0,9% abaixo da marca de cinco meses antes.

Já o Cantareira tinha baixado daqueles 34,9% totais para meros 13,9%, já incluídos nos dois valores o tal “volume morto”.

Mas foi por mágica que um lado se mante e outro secou, embora ambos estejam igualmente castigados pela seca?

A diferença é o o Governo Federal deu o lombo a bater com toda esta história do preço da energia geradas pelas usinas térmicas, mas não deixou os reservatórios baixarem ao nível da irresponsabilidade como o governador paulista.

É simples assim, meus amigos, e revela quem é que que está sendo politicamente irresponsável com o uso da água.

Dona Miriam Leitão e Dona Elena Landau, deveriam, a esta altura, se fossem capazes de uma análise técnica isenta, estariam era elogiando o que, comparado á água de São Paulo, é um “milagre” no sistema elétrico nacional.

E que não se valham das tais “consultorias de energia”, porque elas adoram prever um caos que aumente o preço da eletricidade.

Para essa gente, água é dinheiro, muito dinheiro."

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