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Jato em que viajava Eduardo Campos cai em Santos |
Rio — Registrada oficialmente como firma de vigilância, a empresa Lopes e
Galvão Ltda — que pagou as despesas operacionais do avião usado nos
primeiros meses de campanha pelo então candidato do PSB à Presidência,
Eduardo Campos, e Marina Silva — responde a 16 processos trabalhistas no
Rio, revela levantamento feito pelo Globo no Tribunal Regional do
Trabalho (TRT). São ações com pedidos de indenizações e previsão de
arresto de bens movidas por ex-funcionários contratados para prestar
serviços em atividades da empresa no Rio.
O jato caiu em Santos (SP), em 13 de agosto. Todas as sete pessoas que estavam na aeronave, incluindo Campos, morreram.
No site da Receita Federal, a Lopes e Galvão está registrada como
empresa de atividades de vigilância, segurança privada e monitoramento
de sistemas de segurança. Seu endereço é uma casa simples na Rua
Santelmo 32, na cidade de São Lourenço da Mata, em Pernambuco. Já no TRT
do Rio, a empresa e seus proprietários, Genivaldo Galvão Lopes e
Luciene Lindalva Lopes, aparecem citados após contraíram dívidas
trabalhistas. No entanto, a atividade desenvolvida pela empresa no
estado não é segurança privada, e sim os seguintes serviços: limpeza,
eletricista, pintura, marcenaria, logística em geral, servente, copeira,
garçom, auxiliar de escritório, motoqueiro e coletor de lixo.
Como O Globo revelou, Genivaldo e Luciene, registrados como donos da
empresa, foram localizados em casa, em Pernambuco. Inicialmente, os dois
negaram ter pagado despesas da aeronave, dando a entender que a firma
deles poderia ter sido usada indevidamente. Depois a versão foi outra:
Genivaldo informou que “pode ter realizado pagamentos a pedido de outras
pessoas”.
O Globo teve acesso ao registro do contrato da Lopes & Galvão com a
Líder Táxi Aéreo, para a prestação de serviços ao avião, usado por
Campos e Marina no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. A empresa
também foi responsável pelo pagamento à Líder de todas as despesas de
apoio em solo do jato, no Aeroporto Santos Dumont, no Rio, pouco antes
da sua decolagem para Santos, no dia do acidente.
O atendimento aeroportuário prestado pela Líder no Santos Dumont incluiu
o oferecimento de uma sala vip, embarque dos passageiros, bagagem e
transporte dentro do aeroporto. Antes de a empresa assumir o contrato,
os serviços eram pagos pela AF Andrade, antiga proprietária da aeronave,
com sede em Ribeirão Preto (SP). O gasto mensal com parqueamento e
atendimento de um avião como o usado pelos candidatos do PSB gira em
torno de R$ 30 mil.
Antônio Werneck
No O Globo
Do Blog CONTEXTO LIVRE.
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