Direita tenta reeditar 1960 e 1989 em 2014
Lamentavelmente a história se repete — Algumas pessoas ficam cheias de
dedos para comentar sobre o processo eleitoral atual. Não é hora para
omissões. A história brasileira é que subsidia o conteúdo desse texto.
Em 1960 Jânio Quadros se elegeu presidente da república pelo PTN (com o
apoio da UDN). O PTN era um micro partido que nem de longe estava no
centro da política nacional, como estavam a própria UDN, o PSD e o PTB.
Em 1989 Fernando Collor de Mello se elegeu presidente da república pelo
PRN. O PRN era um micro partido que com muito gosto abraçou as
pretensões da "nova política" de Collor, egresso da ARENA, do PDS e do
PMDB.
Em 2014 a direita quer repetir o fenômeno com uma candidatura laranja,
que usa o PSB como barriga de aluguel e que um dia depois da eleição irá
para o micro partido Rede, espécie de PTN ou PRN dos dias de hoje.
Tanto Jânio Quadros quanto Collor se auto definiam como figuras acima
dos partidos tradicionais. Criticavam a política em si, os partidos
políticos e os próprios políticos.
Se apresentavam como mui dignos representantes da "nova política" que iria sanear e moralizar o Brasil...
É o mesmo discurso falso, cínico e mentiroso da moça lá do Acre.
A Rede, que sequer foi criada ainda, o PTN e o PRN tem em comum o fato
de serem legendas pequenas e sem contornos ideológicos e programáticos
bem definidos.
Em 1961, sem conseguir uma base de apoio minimamente confiável no
Congresso Nacional, Jânio renuncia e mergulha o país numa violenta crise
institucional.
O golpe só não vei ali mesmo graças a atuação corajosa e certeira do
então governador gaúcho, Leonel Brizola, e da sua Campanha da Legalidade
que garantiu a posse constitucional de João Goulart.
Em 1992 Collor sofreu um impeachment, muito mais por ter se isolado no
Congresso e por estar num partido pequeno e irrelevante como o PRN.
A história está aí para quem quiser ver e estudar.
Àqueles que negam a política e os partidos políticos, ao contrário do
que dizem, deseducam as massas e são os verdadeiros representantes das
ideias mais reacionárias que se possa imaginar.
Em outras palavras, são apenas farsantes.
Farsantes com um discurso falsamente moderno que se coloca acima da
política, acima dos partidos, acima dos políticos e acima das
instituições.
Não existe nada mais conservador e de extrema direita do que esse messianismo que falsamente paira acima de tudo e de todos.
Marina Silva é uma espécie de Jânio Quadros ou de Fernando Collor de Mello. Nada mais do que isto.
Cabe àqueles que tem um mínimo de conhecimento histórico, impedir que o
Brasil de 2014 caia novamente numa aventura da extrema direita.
Diogo Costa
No GGN
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