quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Últimos lances: escândalo da Veja não alterou em nada a eleição


Últimos lances 
Por ora, o escândalo da Petrobrás não abalou Dilma nem alavancou Aécio.
1. Segundo a pesquisa CNT-MDA, Dilma Rousseff ampliou sua vantagem no primeiro turno e empatou com Marina Silva no segundo, na semana em que os adversários esperavam que ela fosse atingida pela delação (ainda não) premiada que a revista Veja atribui ao ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa. O instituto MDA foi a campo nos dias 5, 6 e 7 de Setembro, exatamente no final de semana em que a revista circulou com a foto de Costa e suas acusaçóes na capa. Embora Dilma não tenha sido diretamente envolvida, a lista dos supostos beneficiários de propinas pagas por fornecedores da estatal tem potencial para desgastar a presidente que manteve o diretor no cargo por dois anos. Mas no primeiro momento isso não acontece, e sera mais difícil que aconteça com o passar dos dias e o suceder dos fatos de campanha.

2. O PSDB, que ao contrário do PSB de Marina Silva não teve ninguém citado por Costa, segundo Veja, viu no escândalo a grande oportunidade de realavancar a candidatura de Aécio Neves, abalroada por Marina Silva para o terceiro lugar. Ele bateu pesado e o tempo todo, desde sexta-feira passada, ao contrário de Marina, que ficou na saia justa, entre atacar Dilma e o governo e defender Eduardo Campos, citado pelo delator. Segundo a pesquisa CNT-MDA, isso não aconteceu agora. Mais difícil será que ocorra com o passar dos dias. A não ser que Costa compareça a uma das CPIs do Congresso e gire a metralhadora, atingindo governistas que, pela relação com Dilma, poderiam atingi-la.

3. Na campanha de Dilma, atribui-se a recuperação aos ajustes na linha de campanha. Primeiro, ela partiu para o confronto com Marina Silva, evitando desqualificá-la pessoalmente mas descascando com suas propostas de governo. Especialmente com a pouca ênfase ao pré-sal e o compromisso com a independência do Banco Central. Depois, a pedido de Lula e da cúpula do PT, os programas de Dilma no rádio e na TV tornaram-se mais politizados e menos técnicos. E agora, ganharam uma linha mais popular, com personagens do povo falando das realizações do governo e um desfile de sotaques de todas as regiões do pais.

4. Agora, aguardemos as duas novas pesquisas que estão no forno, do IBOPE e do Datafolha, para conferir estas tendências apontadas por MDA.

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