Beto anuncia tática black bloc no governo Marina
O deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) fez, neste domingo, a declaração
mais grave de toda a campanha eleitoral; afirmou que a ex-senadora
Marina Silva não deve se preocupar com a ausência de base parlamentar no
Congresso porque irá governar "com a força das ruas"; em seguida,
anunciou o cerco ao Poder Legislativo: "Depois de eleger Marina, temos
de ir para as ruas dar a ela a cobertura para que possa exigir do
Congresso as mudanças necessárias ao país"; será que Beto pretende
convocar para Brasília novas manifestações, como as que depredaram o
Congresso e o Itamaraty em junho do ano passado?; será que vale também
depredar agências e caixas eletrônicos do Itaú, de Neca Setúbal?;
coincidência ou não, o "black bloc" Caetano Veloso foi um dos primeiros a
marinar; no entanto, os outros dois presidentes que decidiram peitar o
Congresso, Jânio Quadros e Fernando Collor, não terminaram seus
mandatos.
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- Para quem ainda considera exagerada a comparação entre Marina Silva e
os ex-presidentes Jânio Quadros e Fernando Collor, que foram eleitos
prometendo uma nova política e caíram porque não tinham base
parlamentar, vale a pena prestar atenção ao significado das palavras
ditas, neste fim de semana, pelo deputado Beto Albuquerque (PSB-RS).
Vice na chapa de Marina, ele afirmou que Marina irá governar "com a
força das ruas", minimizando o fato de sua candidata não possuir nenhuma
articulação política consistente.
O mais grave, no entanto, foi a declaração seguinte, quando o vice de
Marina praticamente convocou novas manifestações diante do Congresso.
"As urnas, quando te dão essa força, permitem que você estabeleça uma
relação política na largada. Ou seja, não vamos propor reforma
tributária, reforma política, no terceiro ano. Vamos propor nos
primeiros meses do primeiro ano de governo, para que esse lastro da
sociedade, que está vindo conosco, permita uma negociação diferente na
Câmara e no Senado. Nós vamos construir essa maioria, mas sem cacifar as
velhas raposas", afirmou. Em seguida, Beto fez a ameaça: "Depois de
eleger Marina, temos de ir para as ruas dar a ela a cobertura para que
possa exigir do Congresso as mudanças necessárias ao país."
O que o vice do PSB disse foi cristalino. Sem força política e sem base
parlamentar, um governo Marina convocaria as ruas para emparedar o
Congresso. Coincidência ou não, em junho do ano passado, quando
manifestantes cercaram o Congresso Nacional e houve um princípio de
incêndio no Itamaraty, foram identificados integrantes da Rede, alguns
bem próximos a Marina Silva, entre as lideranças das manifestações.
Se o novo modelo proposto por Marina e Beto, num programa de governo
coordenado por Neca Setúbal, propõe suplantar o Congresso e governar
"com a força das ruas", é preciso questionar se essa tática black bloc
comporta também a depredação de agências bancárias, como as do Itaú?
Ao apoiar publicamente Marina Silva, o cantor e compositor Caetano
Veloso, que, no passado, se vestiu de black bloc, afirmou que é
impossível ceder à luz irresistível que emana da candidatura do PSB. As
declarações de Beto Albuquerque, o recuo de Marina diante do pastor
homofóbico Silas Malafaia e as revelações de que ela consulta a Bíblia
antes de tomar decisões prenunciam uma era de obscurantismo.
Um comentário:
Mais um louco desvairado querendo jogar a democracia para o alto. Com certeza vão sitiar o Poder Judiciário também.
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