First things first, dizem os ingleses. Ou “Primeiras coisas primeiro”. E a primeira coisa é que não se pode chamar de “campanha do medo” simplesmente lembrar que é irracional embarcar em viagem da qual não se sabe em que condições será feita e nem qual é o destino, pois as condições dessa viagem podem levar a desfecho diferente do pré-estabelecido.
Dito isso, o passo seguinte é mergulhar na história recentíssima do país. E quando se usa o adjetivo “recentíssima”, é no sentido literal: o que se relembra, aqui, são dois casos recentes envolvendo a candidata a presidente Marina Silva.
Os casos em tela são o de Marina ter proposto apoio à união civil entre homossexuais, retirado tal apoio e, ao fim, relativizado a retirada, e o de ter sugerido que não investiria na exploração do pré-sal, caso se elegesse presidente, mas, em seguida, de ter voltado atrás e dito que, sim, investiria.
Entendeu, leitor? Ela apoiou os homossexuais, depois desapoiou e, ao fim, disse que apoiaria, apesar de ter retirado o apoio de seu programa de governo. Em seguida, apesar de ter insinuado que não investiria no pré-sal, passou a dizer que investiria, sim, mas “não só” no pré-sal.
Ora, como acertadamente diz a candidata a presidente Luciana Genro, do PSOL, em questões assim é preciso ter lado: ou você apoia ou não apoia direitos plenos para homossexuais. Tem que deixar claro. O povo quer saber para gostar ou não, mas quer saber. E, portanto, o candidato tem OBRIGAÇÃO de responder claramente.
No caso do pré-sal, a postura de Marina é ainda mais grave porque, com os lucros imensos que pode gerar, sua exploração pode permitir à próxima geração de brasileiros viver em um país diametralmente diferente, pois quase toda essa riqueza iria para a Educação.
Marina esbofeteia os brasileiros ao não dizer, tintim por tintim, o que vai fazer em relação ao pré-sal. E cabe aos outros candidatos – incluindo Aécio Neves e Luciana Genro, entre outros – cobrar da “socialista” que informe ao país o que fará com esse que pode ser o passaporte dos brasileiros para o futuro.
Enfim, pois, chegamos à “cereja” do bolo. Esse vai-e-vem, esse vai-não-vai, esse vai-e-volta de Marina é nada mais do que a prévia do que seria seu governo, sobretudo pela intensa guerra de facções que se estabeleceria, com o Congresso chantageando o governo o tempo todo e ganhando (no grito) sempre.
Até o PSDB começa a se preocupar. Apesar de, tacitamente, ter oferecido apoio a Marina no segundo turno – enquanto Aécio encenava um teatrinho para dizer que não sabia da oferta –, o partido já começa a se preocupar, pois sabe que deve sair da eleição ainda mais enfraquecido, ao menos em nível federal, e que, por isso, não teria tanta importância em um governo Marina, que pode até acolhê-lo, mas desde que se comporte muito bem…
Você acaba de assistir, pois, ao trailer de um eventual governo Marina Silva. E o desfecho do filme não ficou claro. O espectador ficou sem saber se Marina apoia ou não os homossexuais e a exploração do pré-sal. E é assim com praticamente tudo mais que ela diz, pois ninguém entende (de fato) o que fala, ainda que muitos pensem que entendem.
Do Blog da Cidadania.
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