Quantos segundos o jn deu para a multidinha?
O
Conversa Afiada reproduz post do
Balaio do Kotscho:
O que houve? Ou melhor, por que não houve?
Apareceram apenas 150
“protestantes” na Cinelândia, Rio de Janeiro, na manifestação
anticorrupção organizada por cinco entidades em redes sociais.
Em São Paulo, na avenida Paulista,
outros cinco movimentos (Nas Ruas, Mudança Já, Pátria Minha, Marcha Pela
Ética e Lojas Maçônicas) juntaram apenas 200 pessoas. Na Boca Maldita,
em Curitiba, o grupo Anonymous reuniu 80 pessoas.
A maior concentração de
manifestantes contra a corrupção foi registrada na praça da Liberdade,
em Belo Horizonte, calculada em 1.500 pessoas, segundo a Polícia
Militar. E, a menor, ocorreu em Brasília, onde 30 gatos pingados se
reuniram na Esplanada dos Ministérios.
Será que a corrupção é maior em
Minas do que em Brasília? Juntando tudo, não daria para encher a Praça
da Matriz da minha querida Porangaba, cidade pequena porém decente.
Desta vez, nem houve divergências
sobre o número de manifestantes. Eram tão poucos no feriadão de 15 de
novembro que dava para contar as cabeças sem ser nenhum gênio em
matemática.
Até os blogueiros mais raivosos
que, na véspera, anunciaram “protestos em 37 cidades de todo o país”,
com horário e local das manifestações, parecem ter abandonado o barco.
Não se tocou mais no assunto.
Parece que a sortida fauna que organiza protestos “contra tudo o que está aí” desde o feriadão de 7 de setembro já se cansou.
Os organizadores colocaram a culpa
na chuva, mas não conseguem explicar como, no mesmo dia, sob a mesma
chuva, 400 mil pessoas foram às compras na rua 25 de Março e 40 mil
fiéis se reuniram a céu aberto no Estádio do Pacaembu, em São Paulo,
numa celebração evangélica.
Nem se pode alegar falta de
assunto, já que a velha mídia não se cansa de dar manchetes todos os
dias sobre os “malfeitos” do governo, com destaque no momento para o
Ministério do Trabalho do impoluto Carlos Lupi.
Na minha modesta opinião, o
fracasso destas manifestações inspiradas na Primavera Árabe e nos
protestos contra o capitalismo selvagem nas capitais européias e nos
Estados Unidos, reside na falta de objetivos e de sinceridade dos
diferentes movimentos que se apresentam como “apartidários” e
“apolíticos”, como se isto fosse possível.
Pelo jeito, o povo brasileiro está
feliz com o país em que vive _ e, por isso, só vai às ruas por um bom
motivo, não a convite dos antigos “formadores de opinião”.
Afinal, todos somos contra a
corrupção _ até os corruptos, para combater a concorrência, certamente
_, mas esta turma é mesmo contra o governo. Basta ver quem são seus
arautos na imprensa, que hoje abriga o que sobrou da oposição depois das
últimas eleições presidenciais.
Dilma pode demitir todos os
ministros e fazer uma faxina geral na máquina do governo que eles ainda
vão querer mais, e continuarão “convocando o povo” nas redes sociais.
Valentes de internet, não estão habituados a enfrentar o sol e a chuva
da vida real.
Ao contrário do que acontece em
outros países, estes eventos no Brasil são mais um fenômeno de mídia do
que de massas _ a mesma grande mídia que apoiou o golpe de 1964 e
escondeu até onde pode a Campanha das Diretas Já, em 1984 (com a honrosa
exceção da “Folha de S. Paulo”, onde eu trabalhava na época).
Eles não enganam mais ninguém. O povo não é bobo faz tempo.
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