Do Blog do Miro - 13/11/2011
Por Altamiro Borges
Ophir
Cavalcante, presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB), ganhou os holofotes da mídia nos últimos meses com a sua
“pregação pela ética na política”. Revistonas, jornalões e TVs o
entrevistam quase que diariamente. Ele passou a ser um dos líderes da
operação derruba-ministro da mídia demotucana, que visa enquadrar e
sangrar a presidenta Dilma Rousseff.
Apesar das resistências
internas, Ophir envolveu a própria OAB – que teve papel de destaque na
luta pela democratização do país – na convocação das chamadas “marchas
contra a corrupção”. Nos atos já ocorridos, ele virou a estrela, junto
com alguns chefões demotucanos. Mas o mundo dá voltas e prega
surpresas. Agora é o seu nome que aparece numa grave denúncia,
publicada sem maior escarcéu na Folha:
*****
Presidente da OAB é acusado de receber R$ 1,5 mi em salário ilegal
Elvira Lobato
O
presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Ophir
Filgueiras Cavalcante Júnior, é acusado de receber licença remunerada
indevida de R$ 20 mil mensais do Estado do Pará.
A ação civil
pública foi proposta na semana passada por dois advogados paraenses em
meio a uma crise entre a OAB nacional e a seccional do Pará, que está
sob intervenção. Um dos autores da ação, Eduardo Imbiriba de Castro, é
conselheiro da seccional.
Segundo os acusadores, Ophir
Cavalcante, que é paraense, está em licença remunerada do Estado há 13
anos – o que não seria permitido pela legislação estadual –, mas advoga
para clientes privados e empresas estatais. Eles querem que Cavalcante
devolva ao Estado os benefícios acumulados, que somariam cerca de R$
1,5 milhão.
Cavalcante é procurador do Estado do Pará. De acordo
com os autores da ação, ele tirou a primeira licença remunerada em
fevereiro de 1998 para ser vice-presidente da OAB-PA. Em 2001,
elegeu-se presidente da seccional, e a Procuradoria prorrogou o
benefício por mais três anos. Reeleito em 2004, a licença remunerada
foi renovada.
O fato se repetiu em 2007, quando Cavalcante se
elegeu diretor do Conselho Federal da OAB, e outra vez em 2010, quando
se tornou presidente nacional da entidade. Segundo os autores da ação, a
lei autoriza o benefício para mandatos em sindicatos, associações de
classe, federações e confederações. Alegam que a OAB não é órgão de
representação classista dos procuradores. Além disso, a lei só
permitiria uma prorrogação do benefício.
*****
Um baque no plano golpista
A
denúncia de que Ophir Cavalcante, um dos líderes das “marchas contra a
corrupção”, recebe R$ 20 mil mensais sem trabalhar – e que já garfou R$
1,5 milhão dos cofres públicos – deve atrapalhar os planos de alguns
golpistas. Como ficam os demotucanos e os “calunistas” da mídia, como
Eliane Cantanhêde, que apostaram todas as suas fichas neste “movimento
dos indignados”?
Será que eles agora eles vão convocar uma
“marcha” para apurar as denúncias contra o presidente da OAB? Será que a
entidade, hoje sob domínio dos poderosos escritórios de advocacia, vai
exigir a renúncia de Ophir Cavalcante? Será que a Veja, a TV Globo e
os jornalões darão capa para a explosiva denúncia? Cantanhêde, fale
alguma coisa!
.
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