Andares de Pedacchio no seu território de Paraguai
Cardeal Bergoglio - Expoente da Igreja Liberal na América Latina. |
Seria bom dar algum exemplo de como o Pe. Pedacchio, oficial da
Congregação para os bispos, informa o Cardeal Bergoglio e manipula,
segundo suas orientações, informação que é confidencial – além de, é
claro, distorcer e criar evidências.
Segundo fontes fidedignas, algumas das mais recentes atividades do cardeal de Buenos Aires e dos seus minutantes1 na
Cúria Romana se concentram sobre um bispo do Paraguai. Recordemos que o
Paraguai é precisamente o país do qual se encarrega Pedacchio na
Congregação para os Bispos.
Dom Rogelio Livieres - Seu único defeito é ser católico |
No final do ano de 2008 se produzia uma curiosa filtragem de informação
altamente confidencial. Um bispo do Paraguai, Dom Rogelio Livieres,
havia entregado ao Papa uma carta pessoal e confidencial durante a
visita ad limina em que destacava alguns dos problemas prementes na
nomeação dos bispos deste país – um desses bispos acabava de se tornar
presidente da República, contra toda a lei canônica e depois se tornou
público o que os bispos paraguaios guardavam em segredo: havia tido
alguns filhos ‘segundo a carne’, para usar uma expressão das
Escrituras.
Esta carta, pessoal e confidencial, foi filtrada pela imprensa do
Paraguai para atacar a este bispo que buscava uma melhora nas nomeações
episcopais. Com grande prejuízo, é claro, para Mons. Livieres. Ninguém,
salvo Livieres, conhecia o texto desta carta no Paraguai. E ele
entregou apenas uma cópia ao Papa. Provavelmente foi o mesmo Pedacchio
quem, como oficial encarregado do Paraguai na Congr. para os Bispos,
‘filtrou’ esta informação que estava sob segredo pontifício.
Até o momento, é o que nos informaram alguns amigos de Assunção sobre
este tema. Contudo, segundo nos informamos desde Argentina e da Santa
Sé, a atenção privilegiada do Cardeal Bergoglio sobre este bispo
paraguaio não se desgastou com o tempo. Pelo contrário, cresceu.
Padres e seminaristas de Ciudad del Este visitando as ruínas das missões jesuítas no país. |
Para Bergoglio, do Paraguai, lhe importa sobretudo que não cresçam as
vocações sacerdotais para o seminário de Ciudad del Este, que é uma
verdadeira bofetada no progressismo reinante que alguns bispos
paraguaios e também o mesmo Bergoglio incentivam. O que mais preocupa é
que não triunfe a renovação eclesiástica e litúrgica que o Papa promove
e que alguns chamam de ‘reforma da reforma’, ou seja, a vida litúrgica
da Igreja conforme o estabelecido pelo Concílio Vaticano II, celebrada
na dinâmica da ‘hermenêutica da continuidade’. Ele se preocupa com a
forma de tantos sacerdotes jovens num contato fluído e habitual com a
forma ordinária e extraordinária, algo muito pouco comum na América
Latina.
A estratégia geral de Bergoglio seria desacreditar a obra de renovação
eclesial encarada por Mons. Livieres, não desde a doutrina ou liturgia,
onde encontra muito eco em Roma do Papa Bento XVI, mas desde os
procedimentos de promoção vocacional.
Na verdade, durante a reunião geral da O.S.A.R (Organização dos
Seminários da República Argentina), em 10 de novembro de 2011, no
Seminário de La Plata (província de Buenos Aires), surgiu o tema a
partir de um dos superiores do Seminário de Buenos Aires – supostamente
revelando um segredo pontifício – sobre uma legislação particular que
estaria sendo preparada em Roma para restringir o “trânsito” de
seminaristas de um seminário para outro. Foi mencionado como exemplo um
caso do Seminário de Ciudad del Este, com nome e sobrenome. Foi dito
nesta reunião que a Santa Sé ‘processou’ um bispo paraguaio – leia-se
Mons. Livieres – por receber um seminarista proveniente de Buenos
Aires, sem haver pedido as informações canônicas, e procedendo a
ordenação como diácono, também segundo eles, sem os requisitos
acadêmicos.
Sejamos honestos. Ainda que Bergoglio tivesse pedido sanções para
Livieres, não era necessário ir até o Paraguai – a terra vigiada por
Pedacchio – para encontrar supostos exemplos destes casos. Ocorrem, de
fato, com muita frequência na mesma Argentina. E não são poucos os
seminaristas que fogem horrorizados do próprio seminário de Buenos
Aires – e, para falar a verdade, não somente por razões litúrgicas. Por
ter sido nomeado direta e publicamente este bispo, que por outra parte
nos contam está oferecendo tantos frutos positivos em sua terra, quer
dizer que Bergoglio e seus informantes estão querendo pelo menos
desacreditá-lo, ou destruí-lo. Além da enorme injustiça que este ataque
supõe para o bom nome do seminarista, que na realidade não teve
nenhuma sanção disciplinar nem foi acusado de nada grave. Assim
reconheceu publicamente o reitor do Seminário de Buenos Aires, Pe.
Giorgi, quem, contudo, não levantou nem uma tímida voz para defendê-lo.
A coisa não terminou ai. Semanas depois, este tema foi tratado –
novamente com nome e sobrenome dos ‘envolvidos’ – na reunião do
Conselho Presbiteral da arquidiocese de Buenos Aires. Sempre buscando
prejudicar o bom nome dos bispos que não estão bem vistos pelo Cardeal.
Alguém tem na consciência a obrigação de expressar o que tantos outros
calam, por medo ou temor de ver sua carreira arruinada em represália.
Tudo é conhecido na Arquidiocese de Buenos Aires. O triste é que o que
surge destas fontes é distorcido, quando não mentiroso. E então é certo
mais do que nunca o adágio ”de Roma viene lo que a Roma va”, uma vez
que em seguida, apenas disparadas as difamações ou calúnias,
informantes adestrados como Pedacchino levam o “caso” a Roma, aos
“contatos” chave, para semear infâmias e pedir sanções.
Sob os grandes sinais de humildade que ostenta, Bergoglio esconde não
poucos desejos de poder real. E os teve desde suas origens na Guardia
de Hierro e sua antiga relação com a P22 (com sua provada relação com Almirante Massera3).
A sorte do cardeal é que foi atacada nestes pontos por um jornalista
chamado Verbitzky, que foi desacreditado devido ao conhecido ódio
visceral que tem contra a Igreja na Argentina. Deste modo, seu ataque a
Bergoglio se afirmou tendencioso, mesmo com suas investigações sérias e
bem documentadas.
O Papa e Bergoglio Quebra de sigilo pontifício e maquinações dignas da máfia italiana. |
Mas voltando sobre as aparentes preocupações de Bergoglio sobre o
Seminário de Ciudad del Este, no Paraguai, surpreende tanto zelo quando
o seu próprio seminário deixa tanto a desejar. É conhecido que há
seminaristas de moral duvidosa que sonham em ser dirigidos
espiritualmente por alguns dos menos recomendáveis bispos auxiliares do
cardeal. “O Jesuíta” – como reza o título da sua autobiografia – que
descuida tanto da vida espiritual e da formação do seu clero em vias de
extinção, não guarda o menor pudor na hora de acusar. Sua
especialidade é a acusação aos bispos por suposta homossexualidade, ou
afinidade com homossexualidade, ou por proteção de homossexuais em seus
seminários ou no clero. Outra das suas ferramentas é a acusação de
problemas psíquicos. Tem para isto uma equipe de psiquiatras a sua
disposição, que elaboram os “informes” úteis para o caso.
É uma pena que a Argentina, e em certo ponto o Paraguai e uma parte do
CELAM – onde ele não está presente, mas estão os seus minutantes –
tenham que pagar a conta das suas artimanhas. A próxima geração de
bispos ficará comprometida por estas campanhas?
Quem quiser conhecer toda a verdade sobre Bergoglio não tem senão que
reconstituir: recorrer e analisar o conjunto de informação que há sobre
o cardeal – não os boatos ou denúncias anônimas, mas afirmações feitas
por pastores autorizados. Só se encontrará dificuldades porque, quem
trai o Papa revelando segredos pontifícios ou quem difama e
calunia, também é capaz de dissipar algumas páginas ou as mesmas pastas
de relatórios da Cúria Romana. No final do dia, vale tudo para
torná-lo como o “Escolhido”, como o seu lema episcopal geralmente é
explicado.
________
1 – Minutante: Oficial da Cúria Romana encarregado de redigir as
minutas, que são projetos de notas oficiais e outros documentos. É a
primeira etapa no trabalho na Cúria Romana, sendo um cargo de base.
2 -P2 é a designação mais comum para a Loja Maçónica italiana Propaganda Due (Propaganda Dois).
Além da Itália, a P2 também tinha atividades na Suécia no Uruguai, no
Brasil e especialmente na “Guerra Suja” da Argentina (com Raúl Alberto
Lastiri, Presidente por escasso período de Julho de 1973 até 12 de
Outubro de 1973; Emilio Massera, que foi membro da Junta Militar
de 1976 a 1978, líderada por Jorge Rafael Videla e José López Rega,
Ministro das Obras Sociais no governo de Péron e fundador da Aliança
Anticomunista da Argentina).
3 – Emilio Eduardo Massera (19 de outubro de 1925 – Buenos Aires, 8 de
novembro de 2010) foi um militar argentino. Neto de imigrantes suíços
de origen de [Chiavenna] (Italia), seguiu carreira militar na Marinha
Argentina (Armada Argentina). Destacou-se entre seus colegas de arma
como um hábil articulador político. Anti-peronista convicto participou
do golpe que destituiu Juan Perón em 1955.Ironicamente foi promovido à
almirante pelo próprio Perón após seu retorno de exílio em 1973. Após a
morte do general em 1974, Massera somou-se aos conspiradores que
efetuaram o golpe de estado em 24 de março de 1976 conta a presidente
María Estela Martínez de Perón. Membro integrante da junta militar ao
lado de Jorge Rafael Videla (Exército) e Orlando Ramón Agosti
(Aeronáutica), Massera protagonizou através da Marinha Argentina uma
repressão implacável aos opositores do regime, com um saldo de milhares
de mortos.
Do blog La cigüeña de la torre
chega a matéria muito interessante sobre o “modus operandi” de um dos
mais importantes bispos da América Latina e, segundo algumas
especulações passadas, o candidato anti-ratzinger no conclave de 2005.
No Frates in Unum
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