Com a eclosão do mensalão(ainda não provado) apareceu no Brasil toda a
sorte de arauto da moralidade e dos bons costumes.Todos os dias o PiG
abria suas páginas para os metidos a vestais dizerem merda.Campanhas
foram realizadas com o intuito de mostrar para o Brasil que o PT era o
único partido que roubava. Movimento do tipo Cansei, Virgília Contra a
Corrupção foram para ruas cobrar punição para os mensaleiros(claro que
só participava meia dúzia de gatos pingados).Políticos até então
rotulados de honesto viram a grande oportunidade de ganhar alguns
votinhos na onda do mensalão.Juízes togados se enxergavam como sendo os
únicos que não se corrompiam.Eis que de repente todos caíram(e estão
caindo) aos poucos.Primeiro foi Leonel Pavan(PSDB-SC), depois foi Efraim Morais,(DEM-PB), mais tarde Roberto Arruda, ainda mais tarde Demóstenes Torres(DEM-GO) e Mário Couto(PSDB-PA), Raul Jungmann(PPS-PE), Augusto Carvalho(PPS-DF), todos flagrados roubando recursos públicos e, por fim, Eliana Calmon,
a grande Chefona no CNJ, que foi pega mamando nas tetas da
Viúva.Curioso é que os mensaleiros, como bem diz Paulo Moreira Leite, no
livro A Outra História do Mensalão, Dirceu, Delúbio e Genuíno foram condenados sem levar nem sequer 1 centavo
para casa, nenhum deles mostra sinais de enriquecimento(nem lícito nem
ilícito), enquanto os verdadeiros corruptos estão livre, leve e solto
para roubar.O que me deixa indignado é que o PIG não publica sequer uma
matéria sobre esse escandaloso caso de Eliana Calmon. A Rede Globo,
Veja, Folha de S.Paulo, tão apressadas para cobrar moralidade do Poder
Executivo e Legislativo, estão inertes, bem caladinhos, acham normal um
ministro de um Tribunal Superior receber R$ 500 mil reais de Auxilio-Moradia e Auxilio-Alimentação, num país onde grande parte das pessoas ainda passa fome.
Famosa por capitanear verdadeira cruzada contra os elevados holerites do
Tribunal de Justiça de São Paulo, turbinados com verbas atrasadas de
auxílio-moradia autorizadas por julgado do Supremo, a ministra Eliana
Calmon ganhou incomum espaço nos principais veículos de comunicação do
País e virou heroína nas páginas amarelas da Revista Veja. Atualmente,
revelações que têm causado espécie demonstram que Eliana Calmon recebeu
mais de meio milhão de reais a título de "auxílios" que tanto combatia à
testa da Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça.
Crise do Judiciário
Com os vazamentos seletivos de alguns casos sigilosos abertos pela
Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça, à época comandado pela
magistrada, os jornalões manchetaram que o Judiciário estaria todo
infectado por “bandidos de toga”, por marajás recebendo holerites
estratosféricos, conforme acusação genérica da ex-Corregedora, sem dizer
quem, onde ou porque.
A ocasião, a ministra resolveu quebrar indiscriminadamente o sigilo de
231 mil pessoas, entre juízes, familiares e servidores do Judiciário e,
especialmente, para quem recebeu acima de R$ 500 mil. Foi a maior
devassa contra os direitos e garantias individuais desde tempos
ditatoriais. Pediu, ainda, curiosa prioridade para a Bahia, seu
domicílio eleitoral, além de São Paulo e Rio de Janeiro, Estados de
maior visibilidade da Federação.
Muitas perguntas ficaram no ar para os jornalistas. Entre elas, por que
ela fez esse corte investigativo para quem recebeu acima de R$ 500 mil?
Por que somente os que receberam mais de meio milhão seriam
investigados? Por que não quebrar também o sigilo de quem recebeu acima
de R$ 400 mil? Seria Pouco? Por que não?
R$ 420 mil para “morar”
Pois bem. Passado alguns meses, em março de 2012, os jornais Folha de
São Paulo e Estado de São Paulo noticiaram que Eliana Calmon também
recebeu uma inacreditável bolada de R$ 421 mil, no final de 2011, a
título de “auxílio-moradia” que ela tanto condenou. Ruborizada, a
Ministra confessou ao jornalista: “eu mesma recebi, em três vezes, quatrocentos e vinte e poucos mil”.
Sorte que a então Corregedora tinha recebido “apenas” R$ 421 mil! Com
mais R$ 80 mil em seu contra-cheque estaríamos diante de autofagia, de
autoinvestigação incrementada com autoquebra de sigilo.
O mais interessante foi que essa declaração da ex-Corregedora foi em
meio à entrevista que fez surpreendente elogio ao presidente do TJ
paulista Ivan Sartori. No discurso anterior, segundo Eliana, o Tribunal
de São Paulo só seria corrigido no dia em que o Sargento Garcia
prendesse o Zorro. Os R$ 421 mil abocanhados pela juíza consistem em
"auxílio-moradia dos sonhos", pois daria para comprar uma boa residência
em qualquer lugar do Brasil, o que fere de morte a natureza
indenizatória e temporal do indigitado auxílio.
R$ 85 mil para “comer”
Agora, em 28/2/13, o jornal Estado de São Paulo revelou, pela picardia
de Fausto Macedo, que em setembro de 2012, de uma só vez, a ministra
recebeu R$ 84,8 mil a título de “auxílio-alimentação”. Quanta fome! No
mesmo mês, o contra-cheque da Corregedora bateu inacreditáveis R$ 113
mil. Isso é o quádruplo do teto constitucional. Uma extrapolação de
arrepiar até mesmo os mais incautos!
Na verdade, a magistrada recebeu uma bolada equivalente a 181
salários-mínimos. É dizer, o que a maioria do povo brasileiro demoraria
15 anos para receber e sobreviver, a ministra Eliana Calmon recebeu em
apenas um mês! Segundo o jornal, cópia do contra-cheque apimentado da
ministra virou piada no Superior Tribunal de Justiça, onde circulavam
e-mails intitulados “Eliana é 100”, em alusão aos cem mil reais que
recebeu para sua “alimentação”. Pensando bem, esses fatos não são nada
engraçados.
R$ 505 mil, em menos de um ano
As revelações do jornal Estado de São Paulo não são nada edificantes
para a Eliana Calmon, que recebeu, segundo consta, mais de meio milhão
de reais no período compreendido entre o final de 2011 e setembro de
2012. O jornal só não fez a soma e nem precisaria fazer: R$ 421 mil +
84,8 mil = R$ 505,8 mil, no mínimo, sem falar nos outros meses ainda não
divulgados. Ops! Passou de R$ 500 mil, então podemos investigar, não é
Ministra?!
A aspiração política de Eliana Calmon ao Senado, pela Bahia, conforme
afirma o jornal, não é nenhuma novidade nos bastidores do Poder, pois,
afinal, como se orgulha a ministra, ela foi afilhada do finado Antônio
Carlos Magalhães. É o que detalha um site jurídico especializado. Em
campanha ela teria ligado para ACM que a acalmou dando gargalhadas: “fique tranquila. A senhora é uma mulher de muitos amigos, que já me procuraram. Eu falei ao presidente...”. Em junho do mesmo ano ela foi nomeada por FFHHCC, só para relembrar a inexplicável emenda da reeleição.
Farinha pouca, meu pirão primeiro
A última, publicada pela Folha de São Paulo, em 1/3/2013, em matéria
assinada por Frederico Vasconcelos, a Ministra “é alvo de nova polêmica
com juízes”, pois, segundo consta, ela teria negado requerimento da
Associação dos Juízes Federais, a AJUFE, presidida por Nino Toldo, para
que todos os magistrados tivessem acesso ao desfigurado
“auxílio-moradia”. Para Eliana, a situação criaria “um puxadinho para
acomodar angústias”. Os juízes lembraram que, em 2003, Eliana Calmon
votou, no STJ, pela concessão do “auxílio-moradia” para os próprios
ministros do Tribunal. Eis a contradição material. Realmente, isso é
lamentável, sem falar nos R$ 421 mil que ela já tinha recebido no final
de 2011.
O impacto do circo
Assim, a crise artificial criada pela então Corregedora Nacional de
Justiça, Paladina da ética, da moral e dos bons costumes, contribuiu
para mergulhar o Supremo Tribunal Federal em uma necessidade equivocada
de “sair da crise”, de “dar uma resposta à sociedade”, de “ficar bem com
a opinião pública”, na verdade, opinião publicada, para sair desse
colapso virtual, a partir de graves problemas pontuais.
O resultado nefasto disso tudo ainda é pouco conhecido para a maioria da
população e pouco explorado pelos jornalões, por razões óbvias. É como
uma bomba de efeito retardado, cujas consequências serão sentidas e
reveladas com o tempo. Se nesses curtíssimo período a magistrada recebeu
mais de meio milhão de reais com esses tais “auxílios”, os quais até
ontem ela combatia, fico a imaginar quanto ela recebeu dessas verbas nos
últimos 5 anos.
Com a palavra o Conselho Nacional de Justiça e o Ministério Público Federal.
Com informações do Brasil 247.
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