O colunista da Veja Rodrigo Constantino, que tem se notabilizado como a ponta de lança de direita truculenta, fez um artigo
para “alertar” a sociedade sobre o perigo da campanha de mais de 200
organizações pela convocação de uma Constituinte Exclusiva e Soberana
para o Sistema Político.
Constantino, que recebeu o apelido de Menino Maluquinho por suas
“ideias arrojadas”, denuncia o “projeto golpista de uma constituinte
para instaurar uma ‘democracia direta’”, que seria empunhado por
conjunto de organizações comunistas. “O Brasil corre sérios riscos.
Nossa democracia está ameaçada. É preciso reagir!”, afirma o paranoico
colunista.
As palavras de Constantino comprovam que os movimentos sociais, sindicatos, entidades estudantis e associações estão no caminho certo com a campanha.
A linguagem dos tempos da Guerra Fria, usada pelo colunista,
engrandece a articulação e atesta que os setores conservadores veem em
uma Assembleia Constituinte uma inimiga tão central quanto o comunismo
no século 20.
Os chavões e lugares comuns de Constantino contra a campanha demonstram
que, apesar de colocar a corrupção com um dos grandes problemas
nacionais, não admite uma profunda reforma política que altere as
raízes de um modelo corrupto.
Condenar de forma genérica a corrupção sem apresentar uma proposta para
enfrentá-la não passa de palavras ao vento, que fazem uma cortina de
fumaça sobre interesses político-eleitorais que pretendem derrotar o
PT.
A maior parte dos parlamentares que está no Congresso Nacional não
admitirá uma profunda reforma do sistema político, uma vez que para se
eleger se adaptou às regras vigentes, que desejam que sejam mantidas
para garantir a continuidade desses mesmos deputadores e senadores no
Parlamento.
Quem coloca a responsabilidade no Congresso de fazer essas mudanças
deseja, no fundo, que seja mantido o sistema político ou padece de uma
ingenuidade infantil de acreditar que essa estrutura de poder pode se
auto-reformar.
Daí a necessidade de uma nova arena congressual, eleita com regras
diferentes, para debater de forma democrática as mudanças no sistema
político, à luz dos interesses da sociedade, que se manifestaram de
forma clara nas mobilizações de junho do ano passado.
Os setores conservadores criticam o jogo político, mas não querem mudar
as regras de verdade. As mudanças cosméticas em discussão no Congresso
não passam de um jogo de cena para enganar a sociedade, porque não
resolvem os problemas do sistema político.
Constantino, como caixa de ressonância dos setores conservadores, nos
alerta, na verdade, que só teremos mudanças no país se houver uma
Constituinte para o Sistema Política. Aqueles que querem se contrapor à
ofensiva conservadora, tem na campanha pela Constituinte o principal
instrumento para enfrentar as engrenagens do poder que impedem as
mudanças estruturais no nosso país.
Igor Felippe
No Escrevinhador
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