sábado, 5 de julho de 2014

Do complexo de vira-lata à síndrome de hiena raivosa e à motivação pelo coice


A presidente Dilma Rousseff está enganada: não foi o complexo de vira-lata que levou parte do Brasil a dizer que a Copa do Mundo seria um fracasso dentro e fora do campo. Foi a síndrome de hiena raivosa, a hiena política, a hiena lacerdinha, a hiena desejosa de ver o circo pegar fogo para faturar eleitoralmente. A hiena preconceituosa não queria admitir que o Brasil dos seus adversários políticos pudesse fazer um evento desse porte com êxito. A hiena desvairada ria nos cantos pensando nos aeroportos parados, nas manifestações terminando em grandes conflitos, nos estrangeiros sendo saqueados, no caos.

Nada disso aconteceu.

Os grandes dramas acontecem em campo. O uruguaio Suárez foi banido da Copa por ter dado uma folclórica mordida. Fred não recebeu nem cartão amarelo por ter trapaceado simulando um pênalti inexistente que ajudou o Brasil a ganhar da Croácia. Neymar está banido da Copa por um joelhaço bandido de um adversário que nem advertido foi. Teria sido muito melhor se o colombiano tivesse dado uma boa dentada no ombro do Neymar. A dentada não tira de campo.

E agora? A Fifa vai punir o colombiano com base nas imagens do lance?

As hienas varridas garantiam que o Brasil não passaria da Colômbia.

Esta não é a Copa das vitórias fáceis e belas, mas a Copa das vitórias difíceis, épicas, com sufoco. Mesmo os chamados pequenos viraram grandes e não se entregam facilmente. Nenhuma das grandes seleções passou das oitavas para as quartas sem sofrer. O Brasil chorou, mordeu, pegou, lutou e ganhou. No caminho, todo tipo de obstáculo. Na trajetória de um mito é preciso que se multipliquem as dificuldades. O próximo passo será duríssimo: enfrentar a Alemanha sem Neymar.

As forças costumam se redobrar nessas situações. O Brasil está na parada. Já fez melhor que em 2006 e 2010. Dos 32 países que vieram à Copa, 28 estarão fora neste sábado. O Brasil está entre os quatro que continuam na luta. Os métodos do sargento Felipão são duvidosos, sem qualquer inovação tática, mas funcionam por linhas tortas. Em três Copas, ele foi três  vezes à semifinal. É grosso, mas sempre vai longe. Não é a terapia do joelhaço que usa, mas a motivação pelo coice.

Quanto mais coices recebe, mais coices dá e mais avança na competição.

Felipão vai enterrar todos os psicólogos do esporte. Acerta pelo erro.


Um comentário:

RLocatelli Digital disse...

Os tucanos e seus simpatizantes tentaram dar uma joelhada nas costas do Brasil. Deram-se mal.