"O
Brasil, para continuar se modernizando com as políticas de igualdade e
justiça social, necessita com urgência da reforma política através de
uma Assembléia Constituinte e da adoção das propostas de Dilma para
endurecer o combate à corrupção. Com
a mesma ordem de prioridade, entretanto, o Brasil precisa avançar
urgentemente na democratização, regulação e pluralidade dos meios de
comunicação."
Por Jeferson Miola*
Delinquência não pode ser confundida com liberdade de imprensa. A Revista Veja usa o status de empresa de comunicação como fachada para acobertar conduta criminosa.
A Veja se escora na liberdade de imprensa para obter imunidade e praticar crimes impunemente. Como sempre faz em toda eleição, Vejamanipula reportagens, inventa fatos e ataca levianamente Dilma, Lula e o PT para tentar salvar o PSDB da derrota nas urnas.
Na eleição desse ano, no desespero ante a perspectiva de vitória da Dilma, Veja antecipou
em dois dias a edição semanal para promover contra Dilma e Lula o mais
criminoso ataque que talvez nenhum outro político tenha sofrido na
história do Brasil.
Não se deve esquecer que o conteúdo da reportagem da Veja foi
calculadamente enxertado na eleição a partir do vazamento seletivo dos
depoimentos de delação premiada de dois corruptos que barganham redução
de pena junto à Justiça Federal.
A operação da Veja é
parte de um balé bem ensaiado. A reportagem delirante com acusações
absurdas contra Lula e Dilma, apesar de desmentida pelo próprio advogado
do criminoso, foi replicada pela Folha de São Paulo, Globo, Estadão,
internet e todos veículos do conglomerado da mídia oposicionista.
A calúnia fantasiosa da Veja então
virou “fato real” noticiado maciçamente a três dias da eleição. Estaria
faltando o golpe de misericórdia da Rede Globo no temido Jornal
Nacional da noite de sábado, a menos de 12 horas da abertura das urnas.
Mas não foi o que aconteceu.
Por que dessa
vez a Rede Globo se comportou diferente? É possível especular-se algumas
razões. O pronunciamento da Presidenta Dilma na propaganda eleitoral de
sexta-feira ao meio dia, anunciando a responsabilização criminal da
canalhice na Justiça, é um recado claro à Veja e a seus “cúmplices ocultos” – e decerto deve ter sido levado em conta pela Globo.
A Rede Globo
deve ter calculado, além disso, que a derrota de Aécio é de tal certeza
que não vale uma guerra derradeira contra o PT e Dilma usando como
arsenal a imundície da Veja – o preço a pagar seria muito elevado.
A liberdade de
imprensa deve ser protegida de grupos que são verdadeiros partidos
políticos que usam empresas de comunicação como fachada para a prática
criminal. A Lei e o Estado de Direito devem ser invocados contra esses
grupos que atuam na marginalidade e na delinquência.
Essa eleição
agendou as prioridades do próximo período. O Brasil, para continuar se
modernizando com as políticas de igualdade e justiça social, necessita
com urgência da reforma política através de uma Assembléia Constituinte e
da adoção das propostas de Dilma para endurecer o combate à corrupção.
Com a mesma
ordem de prioridade, entretanto, o Brasil precisa avançar urgentemente
na democratização, regulação e pluralidade dos meios de comunicação. Um
país de 203 milhões de habitantes não pode ser sequestrado por um
punhado de famílias que, com seus monopólios midiáticos, fazem da
desinformação e da notícia manipulada um instrumento de manutenção do
poder e de difusão do ódio contra os pobres.
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