quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Veja: empresa de comunicação serve de fachada para o crime

"O Brasil, para continuar se modernizando com as políticas de igualdade e justiça social, necessita com urgência da reforma política através de uma Assembléia Constituinte e da adoção das propostas de Dilma para endurecer o combate à corrupção. Com a mesma ordem de prioridade, entretanto, o Brasil precisa avançar urgentemente na democratização, regulação e pluralidade dos meios de comunicação."
Por Jeferson Miola*
Delinquência não pode ser confundida com liberdade de imprensa. A Revista Veja usa o status de empresa de comunicação como fachada para acobertar conduta criminosa.
Veja se escora na liberdade de imprensa para obter imunidade e praticar crimes impunemente. Como sempre faz em toda eleição, Vejamanipula reportagens, inventa fatos e ataca levianamente Dilma, Lula e o PT para tentar salvar o PSDB da derrota nas urnas.
Na eleição desse ano, no desespero ante a perspectiva de vitória da Dilma, Veja antecipou em dois dias a edição semanal para promover contra Dilma e Lula o mais criminoso ataque que talvez nenhum outro político tenha sofrido na história do Brasil.
Não se deve esquecer que o conteúdo da reportagem da Veja foi calculadamente enxertado na eleição a partir do vazamento seletivo dos depoimentos de delação premiada de dois corruptos que barganham redução de pena junto à Justiça Federal.
A operação da Veja é parte de um balé bem ensaiado. A reportagem delirante com acusações absurdas contra Lula e Dilma, apesar de desmentida pelo próprio advogado do criminoso, foi replicada pela Folha de São Paulo, Globo, Estadão, internet e todos veículos do conglomerado da mídia oposicionista.
A calúnia fantasiosa da Veja então virou “fato real” noticiado maciçamente a três dias da eleição. Estaria faltando o golpe de misericórdia da Rede Globo no temido Jornal Nacional da noite de sábado, a menos de 12 horas da abertura das urnas. Mas não foi o que aconteceu.
Por que dessa vez a Rede Globo se comportou diferente? É possível especular-se algumas razões. O pronunciamento da Presidenta Dilma na propaganda eleitoral de sexta-feira ao meio dia, anunciando a responsabilização criminal da canalhice na Justiça, é um recado claro à Veja e a seus “cúmplices ocultos” – e decerto deve ter sido levado em conta pela Globo.
A Rede Globo deve ter calculado, além disso, que a derrota de Aécio é de tal certeza que não vale uma guerra derradeira contra o PT e Dilma usando como arsenal a imundície da Veja – o preço a pagar seria muito elevado.
A liberdade de imprensa deve ser protegida de grupos que são verdadeiros partidos políticos que usam empresas de comunicação como fachada para a prática criminal. A Lei e o Estado de Direito devem ser invocados contra esses grupos que atuam na marginalidade e na delinquência.
Essa eleição agendou as prioridades do próximo período. O Brasil, para continuar se modernizando com as políticas de igualdade e justiça social, necessita com urgência da reforma política através de uma Assembléia Constituinte e da adoção das propostas de Dilma para endurecer o combate à corrupção.
Com a mesma ordem de prioridade, entretanto, o Brasil precisa avançar urgentemente na democratização, regulação e pluralidade dos meios de comunicação. Um país de 203 milhões de habitantes não pode ser sequestrado por um punhado de famílias que, com seus monopólios midiáticos, fazem da desinformação e da notícia manipulada um instrumento de manutenção do poder e de difusão do ódio contra os pobres.

*Postado originalmente no sítio da Carta Maior

(Edição final deste Blog)

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