Só uma Constituinte convocada por Plebiscito pode fazer uma verdadeira Reforma Política
A reeleição da Presidenta Dilma no
2º turno, garantida pela mobilização popular em todo o país, é uma
derrota da reação pró-imperialista alinhada com Aécio do PSDB, que
desencadeou uma ofensiva brutal, utilizou todos os meios – inclusive o
golpe de mídia da revista Veja às vésperas do pleito – mas não foi capaz
de impor o seu candidato!
A reeleição de Dilma
se encadeia com a vitória de Evo Morales na Bolívia e o resultado do 1º
turno no Uruguai, com Tabaré na liderança, apoiados em setores
organizados do povo trabalhador. Aqui, foi uma renhida e difícil vitória
da militância do PT e dos setores populares, apesar da “política
de alianças” com gente como o PMDB, que se dividiu ao meio para apoiar
Aécio, como confessou Eduardo Cunha (PMDB- RJ), candidato a presidente
da Câmara, logo após a vitória de Dilma.
Uma vitória eleitoral arrancada nas ruas com grande participação da juventude, mas não apaga o fato de que o Congresso eleito em cinco de outubro é o mais reacionário
desde o fim da ditadura militar, como tampouco, apaga o fato de que a
bancada federal e as estaduais do PT reduziram-se, com derrotas em
bastiões tradicionais (ABC), o que é um duro golpe no partido que deve
agora reorientar-se para reatar com a sua base militante e abrir um
caminho para as mudanças de fundo que a nação exige e que seguem
pendentes!
Justamente por isso, foi importante que Dilma no seu discurso de vitória, ontem, tenha afirmado que a “primeira reforma a ser feita é a reforma política”, propondo “consulta popular através de plebiscito”.
Sim, é por aí que se pode avançar, pois com “esse Congresso não dá” e tampouco deve ser o Supremo Tribunal Federal quem vai “ditar” uma reforma política para a nação.
O impacto dos quase oito milhões
de votos no Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e
Soberana sobre o Sistema Político, resultado recebido por Dilma em 13 de
outubro num ato político em Brasília, faltando duas semanas para o 2º
turno, com o qual a candidata dialogou, não pode ser menosprezado.
Que
“entendimento” é possível com os golpistas do PSDB que, em conluio com a
revista Veja e a Globo, pediam em nota às vésperas do 2º turno “a
extinção do PT”? Quando esses cínicos falam em “união” é para paralisar e
envolver o PT com exigências de mais desonerações fiscais para grandes
empresas, mais juros e superávit primário, enquanto preparam o bote,
pois não vão entregar seus privilégios.
A vitória eleitoral
arrancada com muito esforço e garra não deve encobrir que a situação
não é fácil. Num mundo afundado na crise do capitalismo, em que o
desemprego atinge mais de 200 milhões e a previsão da OIT é que aumente,
no Brasil nada está decidido. Sim, pois apesar das conquistas obtidas
com luta nos governos Lula e Dilma a indústria demitiu 240 mil operários
até setembro, a desigualdade social ainda é enorme e os bilhões dados
aos especuladores pelo superávit primário faltam nos serviços públicos.
Aqueles
trabalhadores e jovens que garantiram a reeleição da candidata do PT,
superando todo o tipo de obstáculos, inclusive daqueles que se recusaram
a entrar na trincheira de classe e defenderam equivocadamente a
“neutralidade” do voto nulo, branco ou abstenção, devem seguir
mobilizados em todo o país.
Mobilizados
para assegurar o respeito à vontade da maioria expressa nas urnas.
Mobilizados para cobrar, com toda a autoridade, as reivindicações da
maioria explorada e oprimida de nosso povo. Mobilizados para que se
torne realidade um Plebiscito oficial pela Constituinte para a reforma política
com uma assembleia unicameral (sem senado), proporcional (um eleitor =
um voto), sem financiamento de empresas e com voto em lista, o que
sabemos depende de pressão popular sobre o Congresso.
Este é o único meio
de avançar e destravar as reformas de fundo, como a desmilitarização
das polícias, a reforma agrária, a reestatização das empresas
privatizadas, o fim do superávit fiscal primário, entre outras.
(27/10/2014)
*Corrente O Trabalho do PT - http://otrabalho.org.br/
(Edição e grifos deste blog)
Do Blog do Júlio Garcia.
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