terça-feira, 28 de outubro de 2014

Merval, tome um chazinho…



Fernando Brit, Tijolaço  

Merval Pereira, por favor, tome um chazinho.

Passiflorina, camomila, jasmim…  Já nem sugiro um daqueles que o pessoal hippie tomava para ficar mais “paz e amor”…

Não fica bem a um acadêmico, quase um lorde, como você ter estes destemperos, que o levaram até a ganhar uns trancos de seus colegas de bancada na Globonews, no dia da apuração dos votos…

Modere-se, Merval, para não cair no ridículo…

Que dizer que uns protestos contra a  Globo é atacar a “imprensa profissional independente na figura da Rede Globo”?

Qual Rede Globo, aquela que manipulou criminosamente o debate de Lula e Collor, em 1989?

Aquela Rede Globo que, confessadamente, apoiou o golpe e a ditadura?


Ou a Globo que tem o jornal em que você, Merval, publicou a foto de Leonel Brizola com um presidente de associação de moradores de uma favela dizendo que era com um traficante? Você lembra, Merval, lembra do processo que você tomou por isso?

Ou a Globo que censurou durante anos o filme inglês  “Muito além do Cidadão Kane”, sobre o poder e os métodos do Dr. Roberto?

Você que é quase um jurisconsulto, uma espécie de ministro sem toga dos nossos altos tribunais, não tem uma palavra para a desobediência da ordem judicial feita pela Veja, usando todo tipo de trampa para recusar-se a dar o direito de resposta concedido pelo TSE por aquelas acusações sem prova?

Merval, talvez você não lembre, mas o único movimento golpista contra presidentes recém-eleitos no Brasil aconteceu contra JK, em 1955 e 56.

Sabe o que aconteceu?

Aconteceu que Juscelino é lembrado e admirado pelo povo brasileiro e  Jacareacanga e Aragarças são dois nomes que ninguém sabe o que são, Merval.

Então você, Merval, que pela vasta obra literária que produziu ganhou o direito de ser imortal, acalme-se.

Tome um chá, Merval, como sabiamente tomam os velhinhos do Petit Trianon.

Precisamos de você: daqui a quatro anos tem eleição de novo e como ficará o povo brasileiro sem a sua sabedoria para nos guiar?

Para o outro lado, é claro." 

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