terça-feira, 28 de outubro de 2014

Vitória é legítima, natural numa democracia e país não está dividido

Parabéns ao país e para a nossa militância. Vencemos graças a ela. Esta 4ª  vitória nacional consecutiva do PT e da aliança que apoiou a presidenta Dilma Rousseff à reeleição não pode e não deve ser vista como divisão do pais ou um risco de radicalização de nossa vida política. Trata se de uma tentativa primária de deslegitimar a vitória do PT, um típico recurso dos derrotados. Com o agravante que uma vitória do candidato do PSDB-DEM, senador Aécio Neves (PSDB-MG) nas mesmas circunstâncias teria a mesma leitura já que seria por alguns milhões de votos de vantagem também.

O país não está dividido. Tem dois grandes partidos, PT e PSDB, que polarizam a vida política há 20 anos como em todas democracias. Basta ver os exemplos dos Estados Unidos (partidos Democrata e Republicano), Grã Bretanha (Conservador e Trabalhista), Alemanha (Partido Social Democrata-SPD e a União da Democrata Cristã (CDU), ou Espanha (PSOE e PP) e Portugal (PS e PSD).

Lá, em cada um desses países, para ficar nos mencionados, são projetos e programas que têm apoio de amplos setores e classes sociais no país com interesses contraditórios e às vezes antagônicos, que podem ou não se compor em determinadas circunstâncias (caso mais comum na Alemanha) e frente a desafios políticos sociais e econômicos, mas não são iguais e não defendem nem os mesmos interesses e nem os mesmos programas. E essa é a percepção que a própria sociedade e seu povo têm.

No Brasil o PSDB é um partido da elite, identificado por exemplo com o sistema bancário. Já o PT é um partidos dos pobres, dos trabalhadores, identificado desde sempre, desde o seu nascimento há mais de 30 anos, com o presidente Lula e sua história.

PSDB quer por fim à reeleição por puro oportunismo

A radicalização da vida política do país nessa eleição se deve ao fato que uma vitória, como aconteceu, da presidenta Dilma abre a possibilidade real de o ex-presidente Lula ser eleito presidente em 2018 e reeleito em 2022. Daí a conversão oportunista do PSDB à proposta de por fim à reeleição por ele mesmo instituída no país sob graves suspeitas de compra de votos.

A tentativa de derrotar o PT e a presidenta Dilma a qualquer preço tem seu exemplo maior na revista Veja e no boato sobre um suposto e falso assassinato de um dos delatores da operação Lava Jato, Alberto Yousseff, uma tentativa desesperada e não inédita de interferência indevida e ilegal no processo eleitoral.

Dai o direito de resposta dado ao PT pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), agravada depois com a 2ª tentativa de transformar um ato de protesto contra a revista (na 6ª à noite) – condenado pelos presidentes Dilma e Lula – em atentado à liberdade de expressão e de imprensa, na tentativa vã de atenuar o atentado à democracia e à própria liberdade de imprensa que a revista praticou e pratica.

O fato concreto é que praticamente toda a mídia apoiou Aécio e militou pela derrota do PT, dos presidentes Lula e Dilma. Alguns assumiram em editoriais — caso do Estadão, ontem e quase diariamente — outros não, criando um desequilíbrio na disputa apenas atenuado com o horário eleitoral e com nossa atuação nas redes.

Veja é que atentou contra a liberdade de expressão e de imprensa

Não fosse o legado dos 8 anos do presidente Lula e a continuidade que a presidenta Dilma deu ao nosso projeto para o país com novas iniciativas como os programas Mais Médicos, PRONATEC e Minha Casa Minha Vida, o poder da mídia nos teria derrotado e entregue de bandeja o governo de volta aos tucanos.

Não fosse esse legado e sua continuidade, não fosse a presidenta Dilma e sua recusa a aceitar as receitas ortodoxas no interesse do capital financeiro, não fosse a proteção dada por ela ao emprego e ao salário, às conquistas trabalhistas e sociais dos trabalhadores e da classe média, e não fosse o engajamento de nossa militância e de milhões de brasileiros que vestiram e apoiaram a candidatura de Dilma, não teríamos vencido ontem.

Assim não se trata de unir o país ou evitar a polarização. A tarefa principal agora é viabilizar o diálogo nacional, como enfatizou nossa presidenta em seu discurso da vitória na noite de ontem, para buscar campos de consenso e acordo para realizar as mudanças e reformas que o país demanda, dentro do programa aprovado pela maioria dos brasileiros que a elegeram.

Uma tarefa que deve ser cumprida e que tem tudo para obter êxito, se a cumprimos emcima de uma agenda mínima e em meio a uma nova relação com os movimentos sociais, para não cairmos  no erro de, novamente, abrir mão da mobilização popular como fator de governabilidade e de estabelecimento de um pacto com os agrupamentos à esquerda do PT.

Com esse discurso, oposição tenta deslegitimar vitória

Só assim, e este é realmente o caminho para evitar que predomine o discurso da oposição, da deslegitimação da vitória da presidenta Dilma, ou da radicalização contra seu governo e se estará criando pontes e abrindo caminhos para, por exemplo, fazer as reformas política e a tributaria.

O problema não é, portanto, votar em Aécio ou Dilma, optar por um outro partido ou programa, o problema é não aceitar a derrota ou a vitória de um e outro. É problema é querer romper com as regras democráticas, sabotar o governo e paralisar o Congresso Nacional, buscando descaminhos para inviabilizar a gestão do país.

A saída é o governo e nós fazermos uma leitura correta do recado das urnas e buscarmos compor uma maioria no pais, na sociedade e no Congresso para fazer avançar as reformas e mudanças reclamadas pelo país.

No Blog do Zé


2 comentários:

Alexandre F. disse...

Pena que sabemos que prender Tucanos é crime ecológico. Mas, espera esses tucanos são simbólicos! O que o MP está esperando? O que os Senhores togados emanados de um poder inconstitucional, pois não emana do povo nem em seu nome é exercido. Vemos que esse poder Judiciário está com tanto privilégio que se afastou da realidade. Querem engordar a sua renda, que comparada aos demais brasileiros, é bastante satisfatória e viver com o rentismo.
Evidente que não coloco todos no mesmo saco. Há juízes que nunca se afastaram da sua missão. Mas esses são cada vez mais raros.

abs

Alexandre F. disse...

Em tempo: Quando Merval Pereira abrirá um vinho junto com Sarderberg quando um bagrinho do PSDB for condenado e preso por qualquer coisa que seja? Sim, porque os barões nós sabemos que transportam em Helicópteros e jatinhos suas ilegalidades e caixas 2.
Aliás quem vai investigar o uso de Spans em aplicativos para disseminar boatos e mentiras na eleição? Quanto custou ese viral? Está descrito na prestação de contas da campanha?
Não foi por causa de caixa 2 que há o Mensalão do PSDB, nunca punido que serviu de poltrona para o Ministro Barbosa relaxar de suas dores, enquanto julgava a AP 470?
Vemos os membro do PSDB morrerem sem julgamento dos seus malfeitos ou vemos a prescrição os alcançar, como no caso do Walfrido dos Mares Guia.
Quem vai pressionar? O judiciário não é poder emanado pelo povo nem em seu nome é exercido. A Justiça é cega aos malfeitos dos poderosos, que mostraram a sua cara nessa eleição pois tem ceterteza que continuarão impunes.
O ato do TSE contra a Veja, foi um flato. Eles descumpriram e colocaram dúvidas sobre o Ministro Relator.
Cumpriram as 16:30 por causa de multa que se iniciaria naquele momento.
Mas o julgamento desse ato de desobediência...Ficará para calendas gregas. Sim estou falando apenas da desobediência que atingiu o Ministro e o Judiciário. A injuria, a difamação, a calúnia contra a Presidente da República em flagrante material eleitoral irregular, essa ficará no balcão das coisas inúteis , pois é caixa 2 e não será julgado como tal e a Revista continuará a destilar seu veneno. E agora de forma mais forte.
Porque penso assim? Pelo mesmo motivo que a Veja e Globo pensam. São Inimputáveis.

Abs