segunda-feira, 29 de março de 2010

Um pacto político pelo Brasil

29/03/2010
Serei chamado de ingênuo, mas, em verdade, sou um perseverante na crença no ser humano. Não acredito em maldade, mas em loucura. Aquele que determinadamente faz o mal, a meu ver não está em seu juízo perfeito.

Quando se fala em ideologia, fala-se em esquerda e direita. E hoje, ontem e sempre, ao tratar tal polêmica se opõe – ou se pensa que opõe – o bem ao mal, ou vice e versa. Porque cada um a seu modo acha que faz o que é melhor para a sociedade.

É claro que me refiro às pessoas imbuídas de boas intenções, que sei que há em qualquer parte do espectro político.

Claro que, como um homem político e ideológico, acho que aquele que pensa diferente de mim é que está equivocado, mas não mais do que isso. Não confundo os mal-intencionados com os equivocados.

É por isso que, sempre correndo o risco de parecer tolo e crédulo, quero atender à minha consciência e fazer uma proposta à sociedade, mais especificamente a esses que se deixaram contaminar pelo vírus da disputa político-ideológica.

Considero sofrível o nível do embate político que flagela as Américas, apesar de que em outras partes do mundo é muito pior. Mas como, por aqui, julgo possível elevar a política ao nível das sociedades mais civilizadas, penso que vale a pena dar estas idéias.

Em minha opinião, a guerra política tem prejudicado o país. A ferocidade da oposição demo-tucana ou a do PT quando estava na oposição certamente criaram obstáculos à governabilidade.

Contudo, desta vez tanto PT quanto PSDB têm chances de chegar ao poder e não quero, para o Brasil, mais quatro anos de guerra política – e você, leitor, seja simpatizante de um lado ou do outro, tampouco deveria querer.

A partir do resultado desta eleição, talvez possamos construir um espectro político mais racional, inteligente, civilizado e profícuo para o nosso país. Só depende de nós, sociedade.

Desta maneira, proponho que, se o PT perder a Presidência da República, que faça uma oposição diferente da que fez antes de ser governo e da que faz hoje o PSDB por saber, após quase oito anos de sabotagens oposicionistas, quanto uma oposição sistemática prejudica o país.

Por outro lado, se o PSDB perder a eleição proponho que aceite o resultado e que entenda que não será através da sabotagem e da escandalização do nada que conseguirá retomar o poder, pois terá ficado claro que a sociedade não aceita mais tais métodos.

E, à imprensa, proponho que saia da política, sobretudo se seu candidato vencer. Que seja imprensa, que fiscalize seu favorito, que não lhe dê a moleza que deu a FHC, por exemplo, ou que dá a Serra, mas que não seja como é hoje com o governo petista.

E, se o candidato midiático perder, espero que, ao menos para a mídia se preservar de ainda maior desmoralização, pare de agir como partido político oposicionista.

Se esse acordo fosse fechado para viger a partir de um momento em que o destino do país, nos próximos quatro anos, estará irremediavelmente decidido, poderemos dar um passo de gigante para deixarmos de ser o país socialmente atrasado que somos.

Os benefícios desse pacto político serão muitos. Com as tensões sociais mitigadas por uma vida melhor para todos, haverá menos criminalidade e violência e a elite poderá desfrutar muito melhor da sua riqueza.

Uma campanha eleitoral limpa, que discuta idéias para melhor aproveitarmos o momento brilhante que vive o Brasil, será o primeiro passo para nos tornarmos um povo mais sábio e merecedor de tudo de bom que o futuro nos reserva.

Estou sonhando muito alto? Talvez, mas não vejo sentido em sonhar baixo. E, além disso, sonhos se tornam realidade todos os dias. Não há uma impossibilidade concreta de haver um pacto político. O que impede que ocorra são meras idiossincrasias.

Escrito por Eduardo Guimarães às 01h04

Matéria publicada por Leda Ribeiro (Colaboradora do Blog)



Um comentário:

deise e liter machado disse...

Leda Ribeiro você esta em outra dimenção, porque são 500 anos de sofrimento, a elite não aceita dividir.